Iracema Portella (*)
Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher, comemorado a 8 de março, é importante refletir sobre os inegáveis avanços obtidos pelas mulheres brasileiras ao longo das últimas décadas, desde a conquista pelo direito de votar e ser votada até a emancipação no campo dos costumes e na vida profissional. Somos mais da metade da população brasileira e nossa participação no mercado de trabalho cresce a cada ano. Ocupamos postos de destaque no comércio, na indústria, na agricultura, no serviço público e, é claro, também na política.
Existe, porém, um espaço enorme para avanços. Apesar das conquistas no campo profissional, é ainda elevado o número de mulheres que trabalham em condições precárias. Somos maioria nos subempregos e no setor informal da economia. As taxas de desemprego são maiores no universo feminino e a distância salarial entre homens e mulheres permanece, embora venha diminuindo nos últimos anos. Além disso, ainda recai sobre as mulheres a maior parte das tarefas domésticas e familiares.
Vale lembrar que atualmente 37% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. E essas mulheres são as que mais acumulam afazeres, pois são elas as responsáveis pela criação dos filhos, pelas tarefas domésticas, pelos cuidados com os idosos. É principalmente para elas que devemos voltar nossos olhares, com a adoção de políticas sociais capazes de ajudá-las a viver com mais dignidade.
Entre essas políticas está a expansão da rede pública de creches e pré-escolas em todo o Brasil. Vamos ajudar a Presidente Dilma Rousseff a colocar em prática seu compromisso de construir seis mil novas creches no País. É fundamental, ainda, que o Poder Público coloque as mulheres chefes de família como foco de suas políticas de geração de emprego e renda, educação, saúde, assistência social e moradia. Pesquisas mostram, por exemplo, que quanto maior a escolaridade da mãe, melhores são as condições de vida de seus filhos.
Outro importante desafio é aumentar e qualificar a participação das mulheres na vida pública brasileira. Lamentavelmente, a presença de mulheres nos parlamentos mundiais não chega a 20%, segundo dados da União Interparlamentar (UIP). Esta sub-representação é generalizada, pouquíssimos países se aproximam da paridade de gênero. O Brasil ocupa uma das últimas posições no ranking da UIP, com cerca de 10% de presença feminina na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. O percentual é muito baixo, também, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais, entre 11% e 12%.
Com a chegada da primeira mulher à Presidência da República, esperamos que a presença feminina na vida política se fortaleça ainda mais. Não tenho dúvidas de que a participação cada vez mais ativa das mulheres no cenário político é excelente para a democracia brasileira.
(*) Iracema Portella é Deputada Federal
Imagem: GP1Iracema Portella é Deputada Federal
Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher, comemorado a 8 de março, é importante refletir sobre os inegáveis avanços obtidos pelas mulheres brasileiras ao longo das últimas décadas, desde a conquista pelo direito de votar e ser votada até a emancipação no campo dos costumes e na vida profissional. Somos mais da metade da população brasileira e nossa participação no mercado de trabalho cresce a cada ano. Ocupamos postos de destaque no comércio, na indústria, na agricultura, no serviço público e, é claro, também na política.
Existe, porém, um espaço enorme para avanços. Apesar das conquistas no campo profissional, é ainda elevado o número de mulheres que trabalham em condições precárias. Somos maioria nos subempregos e no setor informal da economia. As taxas de desemprego são maiores no universo feminino e a distância salarial entre homens e mulheres permanece, embora venha diminuindo nos últimos anos. Além disso, ainda recai sobre as mulheres a maior parte das tarefas domésticas e familiares.
Vale lembrar que atualmente 37% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres. E essas mulheres são as que mais acumulam afazeres, pois são elas as responsáveis pela criação dos filhos, pelas tarefas domésticas, pelos cuidados com os idosos. É principalmente para elas que devemos voltar nossos olhares, com a adoção de políticas sociais capazes de ajudá-las a viver com mais dignidade.
Entre essas políticas está a expansão da rede pública de creches e pré-escolas em todo o Brasil. Vamos ajudar a Presidente Dilma Rousseff a colocar em prática seu compromisso de construir seis mil novas creches no País. É fundamental, ainda, que o Poder Público coloque as mulheres chefes de família como foco de suas políticas de geração de emprego e renda, educação, saúde, assistência social e moradia. Pesquisas mostram, por exemplo, que quanto maior a escolaridade da mãe, melhores são as condições de vida de seus filhos.
Outro importante desafio é aumentar e qualificar a participação das mulheres na vida pública brasileira. Lamentavelmente, a presença de mulheres nos parlamentos mundiais não chega a 20%, segundo dados da União Interparlamentar (UIP). Esta sub-representação é generalizada, pouquíssimos países se aproximam da paridade de gênero. O Brasil ocupa uma das últimas posições no ranking da UIP, com cerca de 10% de presença feminina na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. O percentual é muito baixo, também, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais, entre 11% e 12%.
Com a chegada da primeira mulher à Presidência da República, esperamos que a presença feminina na vida política se fortaleça ainda mais. Não tenho dúvidas de que a participação cada vez mais ativa das mulheres no cenário político é excelente para a democracia brasileira.
(*) Iracema Portella é Deputada Federal
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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