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Imagem: ReproduçãoClique para ampliarDilma Rousseff (Imagem:Reprodução)Dilma Rousseff

Oito anos de governo e o Brasil continua com problemas sociais graves. Não fossem os erros e acertos dos governantes anteriores, que culminou com Plano Real, dando estabilidade econômica ao Brasil, e que possibilitou o governo Lula prosseguir e enfrentar a tempestade da recente crise financeira mundial, não se estaria a gora soltando foguetes tentando ensinar a comunidade estrangeira a ter mais responsabilidade. Não foi isoladamente o governo Lula que soube se comportar diante da crise financeira mundial. Mesmo que o PT disfarce e diga não, terá de reconhecer que sem o programa de política econômica austero, que encontrou do governo anterior, não seria possível governar o País a partir do marco zero, com a sua suposta cartilha econômica.

Mas, a despeito do oba-oba esfuziante do governo federal, soprado aos quatro ventos, de que a situação do cenário econômico e social do Brasil é de fazer inveja aos governos anteriores e adversários do PT, cabe registrar que a miséria nos bolsões periféricos das cidades brasileiras e principalmente no Nordeste continua a céu aberto para todos verem. Multidão de famílias continua vivendo, pelo País afora, sem nenhuma infraestrutra habitacional, com o esgoto correndo a céu aberto, e outros tantos desempregados, sem lares, passando fome, dormindo pelas calçadas e bancos de praças de muitas cidades brasileiras e que a cada dia aumenta mais.

Então, sem esquecer a baixa qualidade do ensino público brasileiro e a falta de política pública de segurança nacional, que País é este de dívida social não resolvida cujo governo se dá ao luxo de ajudar países como Cuba, bem como perdoar dívidas de nações africanas? O que adiantou a manobra política de pagar o FMI, para passar para a condição de credor externo, se o País continua tendo uma a dívida social brasileira ainda não paga? Por acaso o populacho xucro que vota em Lula conhece o montante da dívida pública interna nacional? Em 2003, quando Lula assumiu o governo, a dívida interna era da ordem de R$ 892,4 bilhões, e agora está em torno de R$ 1,519 trilhão. Dívida Pública Interna significa despesa contraída pelo governo para financiar o seu desenvolvimento, mas que é mal-administrada pela máquina gastadora governamental.

Segundo o relatório da ONU (Pnud), divulgado em julho, aponta o Brasil como o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. Quanto à distância entre pobres e ricos, nosso país empata com o Equador e só fica atrás de Bolívia, Haiti, Madagáscar, Camarões, Tailândia e África do Sul (Fonte: Frei Betto). Mas assim mesmo o País arrota falso progresso social e quer se comportar como nação desenvolvida, perdoando dívidas de países devedores.

Um governo que não olhou primeiro para os seus graves problemas sociais internos - enganando a pobreza social com bolsa-esmola eleitoreira, não pode se considerar melhor do que ninguém.

Por outro lado, só temos a deplorar a candidatura da senhora Dilma Rousseff ao governo federal. Trata-se de uma candidata inexperiente para governar o País, com passado de ativista política comprometedor, e que se vale apenas do prestígio político da figura do presidente Lula como cartão de visita ao eleitor brasileiro. Tanto é verdade que ele (Lula) está sempre presente em seus comícios pagando multa eleitoral para contrabalançar a figura indecisa e confusa demonstrada em suas manifestações públicas.

O País não precisa de um rosto angelical, maquiado de plásticas para nos conduzir. Mas de alguém com a seriedade de José Serra, de competência administrativa comprovada, digno de selo de qualidade pelos serviços públicos exercidos, inclusive como governador de São Paulo, sem laivos de envolvimentos com dossiês chantagiosos, ou de interferência nos serviços internos da Receita Federal para proteger os rolos das empresas de Fernando Sarney, filho do senador José Sarney, cujo fato culminou com a exoneração da ex-Secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, que exercia o seu trabalho fiscalizador no estrito cumprimento de suas funções públicas.

A senhora Dilma Rousseff é um mal secreto. Quando tiver a oportunidade de governar o País, mostrará a sua verdadeira face conhecida no governo: autoritária, soberba e cara de poucos amigos. E quero vê-la ter a serenidade de negociar com o Legislativo Federal e com a sociedade em momentos de divergências.

*Julio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado


*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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