Petistas estão abusando da paciência do governador Wilson Martins

Imagem: Portal da AlepiWilson Martins

Paciência tem limite

Os petistas estão abusando da paciência do governador Wilson Martins, quando, volta e meia, ameaçam publicamente romper com o seu governo, entregar os cargos que detêm na administração estadual e partir para uma candidatura própria à sucessão. Vai chegar um momento em que o PT se verá impelido ou a sair do governo ou servir de galhofa.
Vale lembrar que o discurso da candidatura própria, reiterado ontem pelos deputados federais Antônio José Medeiros e Nazareno Fonteles, não é coisa da cabeça dos dois parlamentares. Trata-se, na verdade, de uma decisão oficial do partido, tomada no mês passado. Eles estão apenas recordando a posição petista.

O PT decidiu que se aliaria, no primeiro turno, ao governador Wilson Martins, desde que pudesse indicar o candidato a vice-governador. Se tal aliança não fosse possível, isto é, se o PSB não aceitasse um petista como companheiro de chapa do governador, então o PT deveria marchar sozinho, com candidatura própria.

Nesse caso, o nome que ficou escolhido para concorrer ao governo foi o do deputado Antônio José Medeiros. O parlamentar já chegou, inclusive, a registrar a sua candidatura no partido, cumprindo um ritual da sigla. Como se sabe, o PT escolhe antecipadamente os seus candidatos. A convenção tem efeito apenas homologatório.

Mas esse chove-não-molha do Partido dos Trabalhadores acabará por levar o governador a perder a paciência com a sigla. No primeiro ensaio que o PT fez para entregar os cargos, o governador avisou prontamente que aceitaria a decisão e que já tinha nomes para os lugares dos petistas. Agora o partido submete o governador a mais uma prova de tolerância.
Ocorre que, enquanto o PT testa os nervos do governador Wilson Martins, o PMDB não faz diferente. Até agora o partido não anunciou se aceita a aliança com o governador, embora ele tenha oferecido a vaga de candidato a vice aos peemedebistas, comprando uma briga com os petistas. É aguardar para ver até onde o governador - chamado carinhosamente nos meios políticos de "Trator" - tem nervos de aço.

*Zózimo Tavares é editor chefe do jornal Diário do Povo