A punição a Robert Rios
O deputado Robert Rios (PCdoB) manifestou preocupação, ontem, com a nota pública da Associação dos Magistrados do Piauí (Amapi) em defesa da juíza de Demerval Lobão, Maria da Paz Miranda, que cassou seus direitos políticos por três anos, após condená-lo por ter participado de uma festa pelo Dia das Mães, naquele município, em maio de 2008.
"Se a nota é do presidente da Amapi, eu até compreendo, mas se ela foi feita em nome de todos os magistrados, então, eu me preocupo, pois eles estariam fazendo pré-julgamento. Estou recorrendo da decisão da juíza. Meu recurso será julgado com isenção, depois desse episódio?", indagou o parlamentar.
Robert Rios disse que se manifestou da tribuna da Assembléia Legislativa contra "uma decisão absurda e arbitrária" de uma autoridade da Justiça Eleitoral. O deputado disse que, nessa decisão, ele foi condenado sem que a prova do crime que lhe foi atribuído - um discurso supostamente elogiando o prefeito de Demerval Lobão, Washington Leandro - tenha sido anexada ao processo.
A decisão da juíza de Demerval Lobão vem causando tanta repercussão pelo seu ineditismo, pelo menos no Piauí. E também porque alcança um político polêmico. A eventual vinculação partidária que o deputado tentou imputar à juíza é frágil, evidentemente. Trata-se, afinal, de uma magistrada destemida e independente, que já esteve ameaçada de morte por conta de decisões que tomou, chegando a receber proteção especial.
No entanto, a dura e indignada reação do deputado é perfeitamente compreensível, pois a decisão de cassar seus direitos políticos por motivo tão banal põe em risco todos os políticos e a própria representação popular outorgada através de mandatos eletivos. Se um parlamentar é punido com a perda dos direitos políticos por participar de uma festa do Dia das Mães, o que não poderá acontecer com o político que participa de formaturas, micaretas, carnaval, festejos, jogo de futebol e outros mais? Como na canção popular, o político também tem que ir aonde o povo está.
*Zózimo Tavares é jornalista e editor chefe do Jornal Diário do Povo
O deputado Robert Rios (PCdoB) manifestou preocupação, ontem, com a nota pública da Associação dos Magistrados do Piauí (Amapi) em defesa da juíza de Demerval Lobão, Maria da Paz Miranda, que cassou seus direitos políticos por três anos, após condená-lo por ter participado de uma festa pelo Dia das Mães, naquele município, em maio de 2008.
"Se a nota é do presidente da Amapi, eu até compreendo, mas se ela foi feita em nome de todos os magistrados, então, eu me preocupo, pois eles estariam fazendo pré-julgamento. Estou recorrendo da decisão da juíza. Meu recurso será julgado com isenção, depois desse episódio?", indagou o parlamentar.
Robert Rios disse que se manifestou da tribuna da Assembléia Legislativa contra "uma decisão absurda e arbitrária" de uma autoridade da Justiça Eleitoral. O deputado disse que, nessa decisão, ele foi condenado sem que a prova do crime que lhe foi atribuído - um discurso supostamente elogiando o prefeito de Demerval Lobão, Washington Leandro - tenha sido anexada ao processo.
Imagem: Foto: AZDeputado Robert Rios
A juíza também já se manifestou sobre o caso, esclarecendo que não cassou o mandato do deputado, mas apenas o tornou inelegível pelo período de três anos. Desse modo, ele não poderia disputar a reeleição. A magistrada avisou também que acionará seus advogados para analisar as providências cabíveis contra o parlamentar.A decisão da juíza de Demerval Lobão vem causando tanta repercussão pelo seu ineditismo, pelo menos no Piauí. E também porque alcança um político polêmico. A eventual vinculação partidária que o deputado tentou imputar à juíza é frágil, evidentemente. Trata-se, afinal, de uma magistrada destemida e independente, que já esteve ameaçada de morte por conta de decisões que tomou, chegando a receber proteção especial.
No entanto, a dura e indignada reação do deputado é perfeitamente compreensível, pois a decisão de cassar seus direitos políticos por motivo tão banal põe em risco todos os políticos e a própria representação popular outorgada através de mandatos eletivos. Se um parlamentar é punido com a perda dos direitos políticos por participar de uma festa do Dia das Mães, o que não poderá acontecer com o político que participa de formaturas, micaretas, carnaval, festejos, jogo de futebol e outros mais? Como na canção popular, o político também tem que ir aonde o povo está.
*Zózimo Tavares é jornalista e editor chefe do Jornal Diário do Povo
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
Mais conteúdo sobre:
Ver todos os comentários | 0 |