Não queremos ser pessimistas mas as entrevistas publicadas pela revista Veja em edições recentes, uma delas com a participação do senador Jarbas Vasconcelos, e o clima de insegurança vivido em quase todas as cidades brasileiras, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, nos leva a acreditar que estamos próximos de uma “tsunami social”.
O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do mundo, coloca o Brasil na 70ª posição do ranking, atrás do Chile, Argentina, Uruguai e Cuba.
No estudo feito pela ONU ficou constatado que no Brasil existem praticamente cinco grupos de IDH distintos. Alagoas está no pior deles, comparável aos países mais pobres do mundo, juntamente com Maranhão, Piauí, Sergipe e Paraíba.
As causas desse baixo resultado são as mais diversas. Porém, a principal, é a falta de investimento em educação e de gestão eficaz na área. Gastamos pouco e, além disso, gastamos mal.
Com a política salarial vigente no meio da Educação os melhores alunos preferem fazer vestibular para outros cursos, ao invés de escolher as licenciaturas. Pessoas, teoricamente com uma capacidade intelectual inferior, seguem as licenciaturas plenas e passam a ensinar nas escolas.
Ensinar é um sacerdócio e o desempenho será melhor quando associarmos talento com motivação. Faltam professores, sobretudo em disciplinas como matemática, física, química, biologia. As condições de trabalho não atendem às necessidades dos professores e demais servidores. Projetos pedagógicos incompletos para a realidade do mundo atual continuam sendo utilizados em pleno século 21.
Esse é um imenso desafio que precisa ser enfrentado pelo governo federal. Ou será que vamos continuar a amargar índices sociais incompatíveis com a economia do País?
Não faltam recursos para serem investidos. Falta decisão política, visão de futuro, compromisso com o crescimento e com a sustentabilidade social e econômica.
Precisamos agir rápido. O Brasil tem tudo para ser um País muito melhor, um dos oito do ranking mundial. Mas precisamos usar o olhar da mente, nossa capacidade visionária e, acima de tudo, nosso amor pela pátria.
Não podemos ficar de braços cruzados à espera de que uma “tsunami social” aconteça.
(*) Edinaldo Marques é engenheiro Civil, professor da Ufal, mestre em administração e membro da Academia Maceioense de Letras.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
Ver todos os comentários | 0 |