A Jornada do Herói, ou como alguns preferem Monomito, é um conceito de caminhos cíclicos presente em mitos e nas histórias de vida de cada um de nós, mortais. O conceito, segundo consta, foi idealizado por Joseph Campbell em seu livro “O Herói de Mil Faces” e está intimamente relacionado com o conceito junguiano de Arquétipos.
Pois bem, a Jornada do Herói é fundamentalmente interior, um percurso rumo à profundidade de cada um onde obscuras resistências devem ser integralizadas e ressignificadas, para que possam renascer poderes há muito tempo esquecidos para serem disponibilizados para a transformação da vida do indivíduo.
A jornada, por essência, perigosa pelo enfrentamento das Sombras, entretanto, essencial, por estar em jogo a própria Individuação, meta final da caminhada, não visa a conquista, mas a reconquista; não visa a descoberta, mas a redescoberta de si mesmo.
O herói é um símbolo da imagem divina e redentora que está escondida dentro de cada um de nós, como o Self junguiano, que está aguardando ser reapropriado pelo espírito, outrora, decaído presente em cada um e trazido de volta à vida por meio da transcendência da Totalidade.
A religião grega e a romana trazem um pertinente exemplo da Jornada do Herói no mito de Caronte, o barqueiro do Hades, o rei do submundo (Inconsciente). Como um psicopompo (guia da Alma), Caronte carregava as almas dos mortos de uma margem do rio Estige para a outra, mas apenas se seus cadáveres recebessem as honras fúnebres (ou, em outra versão, se tivessem uma doação para pagar a viagem). Aqueles que não possuíam ofertas eram forçados a vagar eternamente e sem paz nas brumas do rio.
As honras fúnebres ou a doação para pagar a viagem nada mais são do que a representação da Consciência, que se exprime no Santo Graal da jornada nossa de cada dia.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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