Conta a lenda que, certa feita, um corvo que vivia em uma floresta viu em um lago próximo um lindo cisne branco, que estava sendo alimentado por uma família. Então, ele pensou: “Esse cisne deve ser o pássaro mais feliz do mundo.” De imediato, voou até o belo cisne e disse: “Você deve ser o pássaro mais feliz do mundo, pois tem penas tão lindas e chama tanta atenção.”
O cisne respondeu: “Eu achava que eu era o pássaro mais feliz do mundo, até que eu vi um papagaio, com suas exuberantes cores. Ele tinha duas cores e eu só tenho uma. Você deveria perguntar ao papagaio como ele se sente sendo o pássaro mais feliz do mundo.”
De pronto, o corvo voou até o papagaio e indagou: “Como é ser o pássaro mais feliz do mundo?”
O papagaio retrucou: “Eu pensava que eu era o pássaro mais feliz do mundo, até eu ver um pavão, com a sua multiplicidade de cores. Ele sim tem muitas cores, e eu só tenho duas. Você deveria perguntar ao pavão.”
O corvo voou até o zoológico e inquiriu o pavão: “As pessoas vêm de longe ver você e sua bela plumagem. Você deve ser o pássaro mais feliz do mundo. Como é ser tão feliz?”
O pavão, com um semblante triste, respondeu: “Eu pensei que era o pássaro mais feliz do mundo, mas, em razão das minhas cores, estou preso aqui. Com todo o tempo livre que tenho, refleti e conclui que você, corvo, deve ser o pássaro mais feliz do mundo, pois ninguém te quer preso em gaiolas. Você é livre para ir para onde quiser. Então, eu te pergunto, como é ser o pássaro mais feliz do mundo.”
A aceitação da vida como ela é, bem como a gratidão ao que nos foi dado são pressupostos básicos para a saúde mental e o processo de autoconhecimento.
Por pertinência, cito Carl G. Jung: "Não conseguimos mudar algo sem antes aceitá-lo."
Anastácio Aguiar
Psicanalista, hipnoterapeuta e constelador familiar sistêmico
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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