Recentemente, tive a grata surpresa de ouvir uma significativa pergunta de uma paciente. Ela me inquiriu qual era a minha linha terapêutica, já que como psicanalista de formação, mesclava técnicas e abordagens de diversos pensadores, que ela reconhecia fácil, pois era estudiosa tanto da psicanálise como da espiritualidade em geral.
Comecei a minha resposta dizendo que a postura que usava era a que mais pudesse transformar a vida do paciente, respeitando a sua linguagem e o seu viés de crença. Falar o "idioma" que o paciente mais se identifique é o começo de um tratamento de sucesso. Ato contínuo, despertar no paciente a sincera necessidade de encarar as questões pendentes de solução, seja em razão de traumas, bloqueios ou crenças limitantes, é outro passo de crucial relevância.
Na clínica, uma das minhas melhores aliadas, por mais paradoxal que possa parecer, é a dor do paciente. Apesar de ser regra geral a tendência das pessoas de querer se livrar do que as incomodam, as dores são as melhores bússolas no set analítico. Guiado por elas, consegue-se chegar ao cerne das questões de vital importância para o processo terapêutico, que permitirão a ressignificação das demandas que oprimem a psique em desequilíbrio.
Quando se reconhece a genuína necessidade da busca do autoconhecimento e do investimento na solução das questões mais íntimas que aguardam desenlace, pouco mais há a ser trabalhado.
Acolher a própria sombra e reconhecer nela o potencial ressignificador da energia em desarmonia, gerando o perdão, aceitação, não-resistência e gratidão (Método PANG) é a minha linha terapêutica, finalizei a resposta.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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