Volta e meia, sou inquirido, seja por aluno ou paciente, sobre qual seria o passo mais importante no processo terapêutico. De início, adianto que a pergunta não é tão simples como possa parecer, mas deixo a minha contribuição para o estudo do tema.
Costumo dividir, academicamente, o iter terapêutico em duas fases: a investigativa e a terapêutica propriamente dita. Quanto à primeira, como a denominação antecipa, busca-se encontrar o(s) fatore(s) que ocasionou(aram) a neurose (lembrando aos que tem pouca vivência com a psicanálise, que Freud considerava que todos nós somos neuróticos em graus diversos). Já na segunda fase, o terapeuta deve lançar mão das técnicas e métodos que entende possa resolver a demanda do quadro clínico.
Dentre as questões que carregam relevância na formação e desenvolvimento das neuroses, uma se sobressai: o passado não elaborado, as questões da infância não ressignificadas. Nesse contexto, creio ser a efetivação da “Paz com o Passado” a pedra angular em todo trabalho terapêutico.
Qualquer método ou técnica que desconsidere essa máxima corre o risco de ser efêmero ou oferecer poucos resultados, posto que o Inconsciente em ebulição está sempre pronto a inquietar o Consciente. Assim, como um dia já afirmou Jung: “até você se tornar Consciente, o Inconsciente irá dirigir a sua vida e você vai chamá-lo de destino”.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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