Certa feita, ouvi um colega psicanalista comentar que havia atendido uma paciente que chegara ao seu consultório reclamando que estava sendo assediada por um ex-namorado. Narrava a referida paciente que havia se relacionado com ele há mais de dez anos e agora, casada, ele, também casado, retornara a lhe telefonar, repetidas vezes, querendo aproximar-se, mas ela desconfiava, pela intensidade do afeto demonstrada, que ele queria algo mais íntimo.
Nesse contexto, lembrou o colega, não seria inadequado comparar seu estado de fragilidade e o assédio de seu ex-namorado à situação das pessoas acometidas pelo vírus HIV, as quais têm a imunidade diminuída com a consequente contaminação por doenças oportunistas.
Somente a retomada do equilíbrio emocional facultará à paciente a imunidade à situação descrita e a qualquer outra.
José Anastácio de Sousa Aguiar
*nomes, sexo e detalhes pessoais são modificados para preservar a identidade dos pacientes
Imagem: DivulgaçãoCaso Clínico em Psicanálise I - O HIV emocional ou A imunidade pelo caminho do meio
Assim, ela procurou o colega indagando o que fazer nessa situação. Durante a anamnese, verificou-se que a paciente não estava bem no seu casamento e, há muito, acalentava por uma solução mágica para os seus conflitos. Demonstrou ter uma enorme carência afetiva, remetendo, dentre outras questões, para uma fixação na fase auto-erótica infantil.Nesse contexto, lembrou o colega, não seria inadequado comparar seu estado de fragilidade e o assédio de seu ex-namorado à situação das pessoas acometidas pelo vírus HIV, as quais têm a imunidade diminuída com a consequente contaminação por doenças oportunistas.
Somente a retomada do equilíbrio emocional facultará à paciente a imunidade à situação descrita e a qualquer outra.
José Anastácio de Sousa Aguiar
*nomes, sexo e detalhes pessoais são modificados para preservar a identidade dos pacientes
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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