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Akhenaton ou Quem Realmente Fundou o Monoteísmo?


Imagem: ReproduçãoClique para ampliar Akhenaton(Imagem:Reprodução) Akhenaton
Poucos faraós egípcios foram tão instigantes e inovadores como Akhenaton. Segundo filho do faraó Amenhotep III, assumiu o trono por volta do ano 1360 a.C. como Amenhotep IV, dando seqüência à 18ª dinastia.

Seus feitos mais conhecidos não estão no campo da engenharia – pirâmides, esfinges e outros, mas sim nas searas administrativa e da fé. Abandonando o culto aos diversos deuses, em especial Amon, decidiu criar o culto ao deus Aton, o deus sol, fundando o que poderia ser caracterizado como a primeira religião monoteísta da história da humanidade. No quinto ano de seu reinado, ele modifica o próprio nome para Akhenaton, ou “aquele que agrada Aton”, atribuindo para si a condição de deus vivo, abandonando o tradicional centro religioso de Tebas, erguendo uma cidade cerimonial em um local hoje conhecido como Amarna.

Em Amarna, passa a residir com sua rainha, Nefertiti e juntos passam a ser os sumo-sacerdotes de Aton, demitindo todos os tradicionais sacerdotes dos regimes anteriores, retirando-lhes o poder político. A partir desse ponto a história se fecha e pouco se sabe sobre os episódios que se seguiram. O que se sabe é que poucos anos após as radicais mudanças introduzidas por Akhenaton, o trono foi ocupado em breves períodos por alguns reis, até ser empossado o famoso e também pouco estudado Tutankhamon – supostamente filho do antigo rei que subiu ao trono ainda criança, tendo sido restabelecida a devoção ao culto de Amon, como se infere do nome do rei menino.

Acreditam os estudiosos que houve uma insatisfação dos que perderam os seus privilégios aliada ao fato da ênfase na condução do governo aos aspectos de natureza artística (atribui-se a ele a autoria do famoso hino a Aton que apresenta semelhança com o Salmo 104 da Bíblia) e pacifista do reinado, em detrimento da efetiva administração pública, levando-o a ser deposto por uma espécie de golpe de estado.

Passa, entretanto, Akhenaton para a história como provavelmente o primeiro a imaginar uma religião monoteísta, tendo em vista a impossibilidade de comprovar com exatidão em quais momentos históricos ocorreram os eventos tratados no velho testamento (alguns situam os eventos do êxodo quando do reinado de Ramsés II que governou entre 1279 e 1213 a.C., cerca de 100 anos após Akhenaton, outros, entretanto situam os eventos bíblicos no período do reinado de Ahmoses I (1550 a 1525 a.C.), cerca de 200 anos antes do referido rei, o que daria a Moisés o pioneirismo do monoteísmo, mas isso eu conto em outra coluna...).

Boa sorte a (nós) todos.
Eusébio/CE, 20 de setembro de 2010.
José Anastácio de Sousa Aguiar

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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