A filosofia, assim como toda forma de pensamento humano, pode ser subdividida em diversos ramos ou correntes. Destacarei, hoje, um dos meus preferidos, o estoicismo.
O pensamento estóico surgiu com Zenão de Cício (336 a 264 aC). Seu fundador foi inicialmente discípulo de Crates, o cínico, entretanto, aos 42 anos de idade começou a ensinar por conta própria e funda sua própria escola. A palavra estoicismo deriva da palavra grega estoa, que significa pórtico, porque Zenão ensinava perto do Pórtico de Poecilo, em Atenas.
Três foram os outros filósofos que se destacaram nessa seara: o cortesão Sêneca (4 aC a 65 dC), o escravo Epcteto (50 a 130 dC) e o imperador Marco Aurélio (121 a 180 dC).
A doutrina do pórtico, em síntese, pregava a liberdade interior, a submissão à razão e que cada homem deve preocupar-se unicamente com o que depende dele mesmo, isto é, suas opiniões, desejos, movimentos e inclinações. Definia o sábio como aquele que vive isento de paixão, sem orgulho, sincero e piedoso.
O modo de vida sóbrio e em harmonia com a natureza deveria ser o padrão de comportamento de todo ser humano, e para isso, conhecer as relações temporais, as relações de necessidade entre um antecedente e um conseqüente é a primeira tarefa do homem que quer viver segundo a Razão, isto é, segundo a Natureza. Sendo assim, define Razão como parte do espírito divino que penetrou no corpo dos homens.
Dessa forma, entendiam que tudo está em tudo e que o universo é uno e contínuo, e como tal o menor fato tem uma repercussão sobre o conjunto do todo, logo uma gota de vinho lançada ao mar, estender-se-á por todo o mar e, daí, para todo o universo. Nesse sentido, há apenas uma vida partilhada por uma infinidade de corpos limitados.
Nesse contexto, o cosmopolitismo dos estóicos é a tradução, sob o plano moral e social, da simpatia universal.
Boa sorte a (nós) todos.
Londres/RU, 22 de setembro de 2008.
José Anastácio de Sousa Aguiar
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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