Damos início a esta coluna com o presente artigo, que tem por objetivo trazer ao leitor alguns temas de filosofia. Pretendemos dar um formato inovador à coluna, deixando de lado teses filosóficas enfadonhas e tentando proporcionar o caráter mais prático e próximo da realidade do nosso dia-a-dia.
Outro objetivo é incentivar a leitura das obras filosóficas e para isso a cada coluna trarei citações de renomados pensadores em harmonia com o tema abordado, o que permitirá ao leitor identificar-se com o seu pensador preferido.
A interatividade com o leitor é uma realidade dos tempos modernos, por isso acolheremos temas sugeridos por meio do nosso correio eletrônico, e à medida do possível o abordaremos.
Para entender a importância da filosofia é imperioso saber sua abrangência e utilidade. Muitos crêem que a filosofia é um tema somente acadêmico e com total desvinculação da realidade da vida diária, entretanto, pensar assim é desconhecer o real significado e alcance da palavra filosofia.
Ela é composta por dois termos originalmente gregos: philos, que significa amor ou amizade, e sophia, que quer dizer sabedoria. Ora, se há algo importante que necessitamos na nossa vida para resolução de problemas, é justamente a sabedoria.
Outra questão a ser desmistificada é aquela que aponta ser a filosofia ocupação de quem está em idade avançada. Ledo engano, todas as idades são convidadas a pensar. Mas deixemos que os mestres falem por nós, senão vejamos a opinião de Epicuro (in MORAES,João Quartim de - Epicuro: As Luzes da Ética - São Paulo - Editora Moderna - 1ª edição - 1998, pág. 07), em sua carta a Menequeu, sobre o assunto: "Que o jovem não espere para filosofar, nem o velho de filosofar se canse. Ninguém, com efeito, é ainda imaturo, ou já está demasiado maduro para cuidar da saúde da alma. Quem diz não ter ainda chegado sua hora de filosofar ou já ter ela passado, fala como quem diz não ter ainda chegado ou já ter passado a hora de ser feliz."
É conveniente lembrar que a filosofia surgiu há mais de 2500 anos na antiga Grécia, em um determinado momento histórico, que chamarei de o momento do ESPANTO, posto que, o homem já não mais se contentava com as antigas explicações mitológicas herdadas de seus antepassados e difundidas por meio da tradição e do medo entre os seus.
A busca por respostas às suas perguntas perante o desconhecido, inicialmente identificado pela natureza e seus fenômenos, gerou a inquietação necessária para o desenvolvimento do seu livre pensar e criou o campo propício para que o ser humano pudesse buscar respostas às perguntas essenciais na nossa existência, tais como: de onde viemos? para onde vamos? e por que estamos aqui?
Para finalizar a presente coluna gostaria de destacar o pensamento de Hugo de São Vitor (in Didascálicon - Da Arte de Ler; Tradução Antonio Maschionni - Petrópolis/RJ - Vozes - 2001, pág. 47). "De todas as coisas a serem buscadas, a primeira é a Sapiência, na qual reside a forma do bem perfeito. A sapiência ilumina o homem para que conheça a si mesmo, ele que, quando não sabe que foi feito acima das outras coisas, acaba achando-se semelhante a qualquer outra coisa. A mente imortal do homem, iluminada pela Sapiência, se volta para o seu princípio, e percebe quanto é inconveniente ao homem procurar coisas fora de si, uma vez que poderia ser-lhe suficiente aquilo que ele próprio é. Lê-se escrito na trípode de Apolo: gnoti seauton, ou seja, "conhece-te a ti mesmo". De fato, o homem que não esqueceu a sua origem sabe que é nada, tudo aquilo que é sujeito à imutabilidade. (...)
Sejam todos bem vindos.
Eusébio/CE, 01 de maio de 2008.
José Anastácio de Sousa Aguiar
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
Ver todos os comentários | 0 |