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Saúde

Governo de São Paulo vai desobrigar uso de máscara ao ar livre

A recomendação vem do comitê de especialistas, que se reuniu para analisar a situação da pandemia em SP.

O governador de São Paulo, João Doria, vai anunciar nesta quarta-feira, 9, a liberação das máscaras ao ar livre, em espaços em que não haja teto, como adiantou o Estadão. Entre eles estão, áreas abertas de shoppings, parques e calçadas. A recomendação vem do comitê de especialistas, que se reuniu nesta terça-feira para analisar a situação atual da pandemia de covid. Segundo fontes, no entanto, ainda não foi decidido se as máscaras serão desobrigadas nos espaços abertos também das escolas. Há a possibilidade de elas serem liberadas apenas nas atividades esportivas escolares, como aula de educação física.

A discussão com relação às crianças esbarra principalmete nas taxas de vacinação. Nesta nesta terça-feira, o índice chegou a 70% das crianças vacinadas com a primeira dose, mas a segunda dose ainda está em 19,39%. São 821 mil faltosos entre 6 e 11 anos.


Segundo o Estadão apurou, Doria é favorável à liberação também nos espaços abertos das escolas. Nesta quarta-feira, comitê e membros do governo vão se reunir para tomar a decisão e anunciar em seguida.

O Centro de Contingência da Covid-19 chegou a discutir liberar as máscaras em escolas que tenham mais de 90% das crianças vacinadas. O comitê também analisa os números da pandemia, que têm caído nas últimas semanas, para tomar a decisão. No entanto, integrantes mais conservadores do grupo consideram que se houver aumento de internações em decorrências de festas do carnaval isso aconteceria apenas nesta semana.

Além da vacinação, há membros do comitê que acreditam que o momento de recreio e educação física são os mais preocupantes porque as crianças respiram de maneira ofegante e transpiram. Pesquisas mostram que academias, por exemplo, são locais de grande contaminação de covid. Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso de máscaras para crianças em atividades físicas.

A secretaria municipal da Saúde da capital também recomendou esta semana que as máscaras deixem de ser usadas ao ar livre, por causa do cenário epidelmiológico atual, com as menores taxas de internações e ocupação de UTI desde 2020, e a alta cobertura vacinal. O Estadão apurou que a capital não se opõe a tirar a proteção inclusive nas áreas externas das escolas.

Nesta segunda-feira, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou que a cidade não obrigará mais o uso de máscaras em lugares fechados, o que inclui escolas. Segundo ele, o Rio tem a menor taxa de transmissão do Sars-CoV2 desde o início da pandemia, de 0,3. O município já havia liberado máscaras ao ar livre.

Ao menos cinco Estados já tornaram facultativo o protetor facial contra a covid-19. Em dois Estados – Rio Grande do Sul e Santa Catarina – crianças estão liberadas do uso inclusive nas escolas. Santa Catarina, assim como Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio de Janeiro já não obrigam o protetor facial em ambientes abertos. No Distrito Federal, o uso de máscaras deixará de ser obrigatório em locais abertos a partir de segunda-feira, 7.

Países como Reino Unido e Estados Unidos também passaram a liberar o uso de máscaras em espaços abertos e nas escolas, inclusive na sala de aula. É intenso o debate no mundo todo sobre a retirada da proteção para crianças. Estudos científicos publicados recentemente sobre o tema não são conclusivos. Alguns apontam impactos importantes nas interações com professores e colegas. Outros não reportam esses efeitos.

Movimentos como o Escolas Abertas defendem, com base em pesquisas que falam do prejuízo ao desenvolvimento das crianças, que as escolas deixem de exigir a proteção em todos os ambientes. Na segunda-feira, pais e crianças do Escolas Abertas protestaram na frente da casa do secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, pela mudança nas regras nas escolas e liberação das máscaras. Outro argumento é o do que as crianças, que já sofreram grande impacto com as escolas fechadas durante a pandemia, estão sendo penalizadas, já que há mais fiscalização nas escolas para o uso de máscaras do que no restante dos lugares, como restaurantes, festas, shows etc.

Outro problema em São Paulo, segundo fontes, é uma normativa publicada pela secretaria da saúde mês passado que diz que as escolas podem ser fechadas em caso de surto de covid, configurado por apenas dois casos suspeitos ou confirmados. O Estadão revelou que o secretário da Educação, Rossieli Soares, foi surpreendido com a nova norma em fevereiro e tem defendido publicamente que ela seja mudada. Ele acredita que, se as máscaras forem retiradas é preciso também flexibilizar a definição de surto, caso contrário, as instituições podem acabar sendo fechadas muito facilmente.

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