Enquanto o Estado de São Paulo aumenta flexibilizações de atividades econômicas, algumas cidades do interior têm adotado medidas mais restritivas para conter um novo aumento de infecções covid-19. A partir deste sábado, 15, a cidade de Batatais, de 63 mil habitantes, entra em lockdown, com toque de recolher das 20 às 5 horas, fechamento de supermercados e suspensão até das atividades religiosas. Desde 18 de abril e até 23 de maio, o Estado permanece em transição entre a fase vermelha e laranja, com o retorno gradual das atividades.
Em Batatais, o confinamento da população vai até 31 de maio - o mais longo já adotado em São Paulo. O decreto da prefeitura suspendeu aulas presenciais e o transporte público. Os supermercados podem abrir só aos sábados, das 6h às 20h, para que a população possa se abastecer. O prefeito Juninho Gaspar (Progressistas) disse que a cidade enfrenta problemas na aquisição de medicamentos e tem baixo estoque de oxigênio. Os leitos de UTI voltaram a atingir a ocupação máxima, o que não acontecia desde a segunda semana de março.
Nesta sexta-feira, 14, onze pacientes aguardavam no pronto-socorro por um leito em hospital. “Temos um pico muito grande esta semana e os dados demonstram que, em dez dias, teremos um pico maior ainda, com muita dificuldade para cuidar das pessoas”, disse. Quem for flagrado desrespeitando o toque de recolher pode ser multado em um salário mínimo (R$ 1,1 mil). Além da multa, o infrator pode responder por crimes contra a vida e contra a administração pública.
Em Avaré, na tentativa de conter um novo aumento de casos, a prefeitura publicou nesta sexta-feira uma lei que determina o uso de pulseirinhas coloridas por pacientes positivos ou com suspeita de infecção pelo coronavírus. O adereço nas cores vermelho e amarelo será colocado e retirado somente pelos profissionais de saúde. Os familiares do paciente obrigados a manter o isolamento também terão de usar a pulseira.
Os agentes comunitários estão autorizados a autuar o portador de pulseira que for encontrado em qualquer espaço fora do isolamento. A multa de R$ 120 dobra em caso de reincidência. No mês passado, outras cidades do interior, como Iacanga, Nova Granada, Tabapuã e Irapuru tiveram iniciativas semelhantes.
No pós-lockdown, Araraquara monitora número de infectados
O aumento nos casos de covid-19 voltou a preocupar a prefeitura de Araraquara, cidade que ficou conhecida por ter reduzido a transmissão da pandemia após dez dias em lockdown completo. Nesta sexta, foram confirmados 93 novos casos, totalizando 19,8 mil infectados, e uma morte, chegando a 419 óbitos. A ocupação de leitos de UTI subiu dois pontos percentuais em 24 horas, chegando a 86%, com 85 pacientes internados.
Segundo a secretária de saúde Eliana Honain, o aumento de casos está relacionado à maior testagem. “Estamos testando muito, em todos os setores e nas barreiras sanitárias, o que tem feito o número de doentes aumentar”, disse. Segundo ela, as testagens permitem controle maior da pandemia e, se qualquer alteração for notada, o município tomará novas medidas para controlar a disseminação do vírus. Em fevereiro, Araraquara enfrentava grave crise hospitalar com aumento de internações e mortes. Os números caíram após o lockdown.
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