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Saúde

OMS afirma que benefícios da vacina de Oxford superam qualquer risco

Alguns países suspenderam temporariamente o uso do imunizante depois que um pequeno número de casos de distúrbios raros.

Os benefícios da vacina contra a covid-19 de Oxford/AstraZeneca superam em muito qualquer risco, e os países devem continuar usando o imunizante para ajudar a salvar vidas na pandemia, disse o diretor europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, nesta quinta-feira, 18.

Kluge lembrou que vários países, principalmente da Europa, suspenderam temporariamente o uso da vacina de Oxford/AstraZeneca como medida de precaução. A decisão foi baseada em um pequeno número de casos de distúrbios raros de coagulação do sangue registrados em pessoas que receberam a vacina em alguns países do continente.


"No momento, não sabemos se algumas ou todas essas doenças foram causadas pela vacina ou por outros fatores coincidentes", disse. "Neste momento, no entanto, os benefícios da vacina de Oxford/AstraZeneca superam em muito seus riscos — e seu uso deve continuar, para salvar vidas."

Kluge falou que a detecção, investigação e avaliação desses casos é sinal de que os mecanismos de vigilância e regulamentação são fortemente atuantes. "Nas campanhas de vacinação, é rotina sinalizar possíveis eventos adversos. Isso não significa necessariamente que os eventos estejam relacionados à vacinação", pontuou.

O diretor lembrou que o tromboembolismo venoso é a terceira doença cardiovascular mais comum no mundo. "A vacinação contra a covid-19 não reduzirá doenças ou mortes por outras causas."

"Vacinas funcionam e, eventualmente, permitirão um retorno a um novo normal. Mas, para que isso aconteça, precisamos confiar na ciência e na incrível proteção proporcionada pelas vacinas contra todas as doenças que elas evitam, incluindo a covid-19."

Relembre

O debate sobre eventuais reações à vacina de Oxford começou há uma semana, quando possíveis casos de coágulos no sangue em pessoas que receberam a vacina de Oxford/AztraZeneca foram registrados em países da Europa. Na ocasião, a Dinamarca, onde um caso de coagulação sanguínea foi confirmado, suspendeu por 14 dias a aplicação da vacina de Oxford/AstraZeneca. A Áustria também barrou o uso de doses de um lote específico (número ABV5300) do imunizante para investigar um óbito por problemas de coagulação e um caso de embolia pulmonar. Não se sabe quantos problemas de saúde, ao todo, foram relatados.

No sábado, 13, as autoridades sanitárias norueguesas reportaram a hospitalização de três profissionais de saúde com trombocitopenia (número anormalmente baixo de plaquetas no sangue), sangramento e coágulos sanguíneos. Apresentados como relativamente jovens, todos foram vacinados com uma dose da vacina de Oxford/AstraZeneca.

Uma delas, uma mulher com menos de 50 anos e de "boa saúde", morreu no domingo de hemorragia cerebral, disseram autoridades sanitárias. "Não podemos descartar ou confirmar que isso tem relação com a vacina", disse Steinar Madsen, chefe da Agência Norueguesa de Medicamentos, em entrevista coletiva. Outra profissional de saúde na casa dos 30 anos morreu na sexta-feira na Noruega, dez dias depois de receber a mesma vacina.

No total, 12 países supenderam o uso da vacina: Áustria, Dinamarca, Islândia, Noruega, Bulgária, Tailândia e República Democrática do Congo, Alemanha, França, Espanha, Portugal e Itália.

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