O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira, 28, o registro de um caso suspeito de coronavírus em Minas Gerais e elevou a classificação de risco do Brasil para o nível 2, que significa "perigo iminente" da chegada do vírus. Até segunda-feira, 27, o País estava em nível 1 de alerta.
O caso suspeito é o de uma estudante de 22 anos que esteve recentemente em Wuhan, na China. Ela retornou ao Brasil no dia 24 de janeiro - embarcou na China, fez escala em Paris (na França), Guarulhos (SP) e chegou a Belo Horizonte (MG). Segundo o ministro, todas as 14 pessoas que tiveram contato com a estudante estão sendo "monitoradas".
De acordo com a pasta, ela relatou não ter ido ao mercado de peixes da cidade, não ter tido contato com nenhuma pessoa doente e não ter procurado nenhum serviço de saúde enquanto esteve na China. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, a jovem está internada e passa bem.
Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o governo federal "está preparado" para detectar o vírus. "Não é um sistema que está sendo preparado agora. Temos o plano de contingência e o que vamos fazer é atualizá-lo", disse.
A pasta informou que recebeu, desde o início do surto de coronavírus na China, "mais de 7 mil rumores" de infecção e que cerca de 120 exigiram verificação do órgão. Apenas um se confirmou como suspeita.
Mandetta disse que deve ficar pronto até sexta-feira, 31, o resultado de exame para confirmar se a paciente tem ou não coronavírus. O governo brasileiro irá elevar o grau de risco ao nível 3, de "emergência em saúde pública" em território nacional, quando o primeiro caso de coronavírus no Brasil for confirmado.
Após orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que classificou na segunda-feira, 27, como “elevado” o risco internacional do coronavírus, o governo brasileiro passou a investigar casos suspeitos de pessoas que vieram de qualquer território da China ao Brasil. Antes só eram analisadas suspeitas de pacientes que estiveram na província de Wuhan.
O ministro recomendou que sejam feitas apenas viagens "em caso de necessidade" à China. O governo deve começar a distribuir cartilha a quem chega do território chinês com orientações sobre o coronavírus. Mandetta afirmou ainda que o governo não planeja retirar brasileiros da China. "Não é orientada a remoção", afirmou.
O surto de coronavírus provocou 106 mortes na China, onde o número de infectados passa de 4,5 mil. De todas as mortes até o momento, cem foram registradas na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, epicentro da contaminação. Ao menos 15 países em quatro continentes já confirmaram casos importados da doença.
Nesta terça, representantes do Ministério da Saúde vão participar de uma reunião com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema. Mandetta disse que o Instituto Butantã participará de um "esforço internacional" para a produção de uma vacina contra o coronavírus.
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