Em entrevista ao GP1 nesta segunda-feira (27), o senador da República, Ciro Nogueira (PP), avaliou a recente pesquisa da Quaest que apontou desaprovação história de 49% do Governo Lula, inclusive no Nordeste, onde o chefe do Executivo sempre teve aprovação recorde. Para o parlamentar, a sondagem retrata um quadro sombrio: os brasileiros estão em seu momento mais difícil da história.
“É uma pesquisa-retrato do dia, é o que estamos vivendo nas ruas, o que estamos acompanhando e sentindo. Nós, políticos que temos contato permanente com a população, vemos isso aí nas ruas, nas pequenas cidades. E, agora, chegou na região onde o Lula sempre foi rei, que é o Nordeste, onde as pessoas estão em uma decepção sem precedentes, porque foi prometido muito para essas pessoas, como picanha, viagens de avião, melhorar de vida, melhorar de emprego, aumentar sua renda. E, hoje, as pessoas estão em seu momento mais difícil na nossa história”, avaliou Ciro.
Mais do que isso, Ciro afirmou que Lula não quer mais “enfrentar os problemas”, como fazia nos dois primeiros mandatos presidenciais (2003-2006 e 2007-2010), e que o chefe do Executivo brasileiro tornou-se um homem blindado da realidade.
“Então, é uma situação muito complicada e estou muito preocupado com o que vai acontecer, porque com esse dólar nas alturas e aumento nos preços ocorre uma deterioração muito rápida do governo e noto que o presidente Lula não tem vontade de resolver os problemas. Não tem mais aquele Lula lá de trás que enfrentava os problemas. Ele é hoje um homem blindado da realidade, um homem que não está acostumado com a nova era, com o novos tempos da comunicação, que pensa apenas em se blindar na mídia tradicional. Mas, hoje, com as mídias sociais não tem como criar uma falsa realidade para o país. E é muito complicado, porque ainda tem dois anos de governo e ele é um homem que tem um piso de qualquer forma, ou seja, o Lula não vai cair de 25%. Então, viveremos momentos de muita turbulência no futuro e de muita revolta das pessoas com um governo que priorizou o seu partido e esqueceu o povo”, afirmou Ciro.
Tempo de autoanálise
Por fim, Ciro ponderou que, apesar de ser um político de oposição, nem ele nem qualquer outra pessoa deveria comemorar a desaprovação de um governo. Ele também alertou sobre a necessidade de a alta cúpula de Brasília realizar uma autoanálise.
“A desaprovação de um governo nunca é para ser comemorada. Nenhum país vai bem, nenhum povo vai bem, quando qualquer governo vai mal. A desaprovação do governo deve ser um momento de reflexão e de responsabilidade e não de clima de final de Copa do Mundo. O governo, que tem a responsabilidade maior, tem de fazer uma autoescritura”, finalizou Ciro Nogueira.
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