O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), em Santo André, São Paulo, concluiu nessa sexta-feira (28) os testes que avaliam a possibilidade de aumento da mistura de etanol na gasolina, que pode passar de 27% para 30%. As análises foram feitas a pedido do Ministério de Minas e Energia, e, caso mostrem um resultado positivo para a nova adição no combustível, a mistura pode acabar pesando no bolso do consumidor.
Essa mudança é proposta na Lei do Combustível do Futuro, aprovada em setembro de 2024 no Congresso Nacional e sancionada no mês seguinte pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atualmente, a legislação autoriza a mistura de até 35% de etanol na gasolina, para incentivar o uso de biocombustíveis.
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Conforme divulgado pela pasta, o relatório com os resultados dos testes deve ficar pronto até 13 de março. Depois disso, será encaminhado para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), para que decida sobre o aumento ou não da adição de etanol na gasolina.
Em nota, o Ministério de Minas e Energia confirmou que os estudos visam entender se a nova proporção da mistura é viável. “O objetivo dos testes foi verificar se há viabilidade técnica para a utilização da nova proporção da mistura”, diz trecho do comunicado encaminhado pela pasta.
Além da avaliação técnica, o CNPE também irá considerar outros fatores para decidir se realmente cabe o aumento do etanol na gasolina. Um deles é o impacto nas emissões de gases de efeito estufa, a infraestrutura de produção e distribuição, os preços para os consumidores e os impactos na arrecadação tributária.
Aumento no preço
Um estudo feito pela consultoria agro do Itaú BBA, divulgado no fim de janeiro, apontou que o aumento da mistura de etanol na gasolina pode fazer com que o preço dos combustíveis aumente. A gasolina comum pode ter uma alta de 0,6%, enquanto o etanol hidratado pode ter aumento no preço de 3,6%.
Nas usinas, o etanol anidro, comumente usado na mistura com a gasolina, também pode sofrer aumento de 4,3% no preço. Isso seria causado pelo aumento da demanda desse combustível e pela consequente diminuição da oferta de etanol hidratado.
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