Fechar
GP1

Política

Moro diz que 'lamenta' decisão da Câmara de tirar Coaf da Justiça

Ministro da Justiça e Segurança Pública vinha reiterando que desejava continuar com o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) sob sua alçada.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, lamentou nesta quinta-feira, 23, a decisão da Câmara dos Deputados de retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) da jurisdição de seu ministério e enviá-lo para a pasta da Economia.

Em seu Twitter, o ministro agradeceu aos 210 deputados que votaram pela permanência do Coaf na alçada da Justiça. "Sobre a decisão da maioria da Câmara de retirar o COAF do Ministério da Justiça, lamento o ocorrido. Faz parte da democracia perder ou ganhar. Como se ganha ou como se perde também tem relevância. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o MJSP e o plano de fortalecimento do COAF", escreveu o ministro.


  • Foto: Renato Costa /Framephoto/Estadão ConteúdoSérgio Moro Sérgio Moro

Na noite de terça-feira, a Câmara aprovou, por 228 a 210, a medida provisória da reforma administrativa, que reestruturou a organização do governo. Após a votação, Moro não escondeu a decepção. “Lamento o ocorrido. Faz parte do debate democrático. Agradeço aos 210 deputados que apoiaram o Ministério da Justiça e o plano de fortalecimento do Coaf”, afirmou ao Estado.

Para manter transferir o Coaf da Justiça para a Economia, parlamentares justificaram que em vários países o órgão de inteligência financeira é vinculado ao Ministério da Economia e não faria sentido o Brasil mantê-lo na Justiça apenas para agradar a Moro.

O ministro vinha defendendo publicamente a permanência do Coaf no ministério da Justiça. No início do mês, disse que o órgão estava "esquecido" na pasta da Economia. “(Paulo) Guedes não quer o Coaf, ele tem uma série de preocupações, tem a reforma da Previdência. A tendência lá é ele (Coaf) ficar esquecido e na Justiça temos ele como essencial”, disse.

Em entrevista ao Estado, o presidente do Coaf também havia defendido a permanência do órgão no ministério de Moro, com aumento no número de funcionários - de 37 para 56 - e em relatórios de inteligência financeira produzidos.

O resultado foi mais uma demonstração de força do Centrão – DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade. Dos 118 parlamentares desses partidos na sessão desta quarta, 87 votaram contra Moro. Outros 89 votos foram dados por deputados da oposição – PT, PSOL, PSB, PCdoB e PDT. Por outro lado, todos do PSL, do PV, do Podemos, do PHS, do PMN, do Cidadania e do Novo votaram com o governo. Já o PSDB ficou dividido: foram 21 a favor de Moro e 5 contra. Um dos principais articuladores do Centrão, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), se limitou a dizer que o “placar fala por si”.

Apesar da derrota do Coaf, o governo conseguiu evitar a recriação de ministérios. Após acordo feito na véspera, parlamentares confirmaram a incorporação da Integração Nacional e das Cidades no Ministério do Desenvolvimento Regional. Outras mudanças feitas na comissão que analisou a MP, porém, foram mantidas, como a volta da Funai para o Ministério da Justiça.

A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), evitou tratar o resultado como derrota e indicou que o Planalto não deve tentar revertê-lo no Senado. “É do processo democrático. Agora, é bola para a frente. Quem atacar o resultado está atacando o processo democrático”, disse. A estratégia também tem como objetivo evitar que a MP expire. O prazo final é o dia 3 de junho e qualquer alteração no texto no Senado fará com que a medida volte a ser analisada na Câmara.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Veja quais deputados do Piauí votaram para tirar Coaf de Sérgio Moro

Câmara dos Deputados decide tirar Coaf do ministro Sérgio Moro

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.