Na manhã desta quinta-feira (18), a deleção premiada dos proprietários do frigorífico JBS, Joesley e Wesley Batista foi homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a homologação do STF, o acordo passa a ter validade jurídica e permite que a Procuradoria Geral da República (PGR) peça novas investigações com base nos relatos.
Na noite dessa quarta-feira (17), Fachin autorizou uma série de diligências a serem executas durante esta quinta no âmbito da Operação Lava Jato relacionadas à delação da JBS.
Ao final desta quinta, é que o ministro irá analisar todas as provas colhidas pela Polícia Federal Federal nas buscas e apreensões e avaliar se retira ou mantém o sigilo das investigações.
- Foto: Ayrton Vignola/Estadão ConteúdoJoesley Batista
Entenda o caso
Os empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS realizaram acordo de delação com PRG no final de março. Entre abril e maio, os dois prestaram depoimentos. O negociador da delação foi o diretor jurídico da JBS, Francisco Assis da Silva, que depois também virou delator.
O dois disseram na delação à PGR que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na Operação Lava Jato.
Na gravação, que foi feita em março, o empresário disse a Temer que estava dando a Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão. Diante dessa informação, Temer diz, na gravação: "tem que manter isso, viu?"
Joesley também entregou uma gravação à PGR na qual o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, é gravado pedindo ao empresário R$ 2 milhões. No áudio, com duração de cerca de 30 minutos, o presidente nacional do PSDB justifica o pedido dizendo que precisava da quantia para pagar sua defesa na Lava Jato.
Consequências da delação
. A delação dos executivos da JBS, que levantou suspeitas sobre políticos, desencadeou uma operação da Polícia Federal nesta quinta, com autorização do Supremo.
. Após pedido da PGR, Fachin decidiu afastar Aécio e Rocha Loures
. Fachin autorizou o cuprimento de mandados judiciais nos gabinetes dos senadores Aécio Neves, do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures.
. Também foram autorizadas buscas em endereços de Aécio em Brasília, Rio e Minas Gerais. A irmã do senador, Andrea Neves, foi presa em Belo Horizonte.
. O primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, foi preso em Minas Gerais. Também foram detidos Menderson Souza Lima, assessor do senador Zeze Perrela, e uma irmã do doleiro Lucio Funaro.
. A PF prendeu o procurador da República Ângelo Goulart Villela, do TSE. Ele é suspeito de favorecer uma empresa do grupo J&F.
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