A publicitária Mônica Moura, uma das responsáveis pelo marketing da última campanha presidencial do PT, contou à Procuradoria Geral da República (PGR), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um “estremecimento” com a então presidente Dilma Rousseff em 2014, porque ele “queria ser o candidato” ao Palácio do Planalto e a petista “não aceitou”.
Em um dos depoimentos do acordo de delação premiada com o Ministério Público, Mônica relatou conversas que o sócio e marido, o publicitário João Santana mantinha com Dilma nos meses que antecederam a disputa eleitoral daquele ano.
- Foto: Alex Silva/Estadão Conteúdo Dilma e Lula
"Em 2014, houve um certo estremecimento entre o Lula e a Dilma, acho que isso é do conhecimento de todos. Os jornais especulavam bastante na época. Eles negavam, mas é verdade. Porque o Lula queria ser o candidato. Aí a Dilma não aceitou. Ela queria a reeleição dela", disse. "Ela se sentia forte. 'Por que que eu não vou?'. Isso era a conversa com o João. Eu nunca tive esse tipo de conversa com a Dilma, depois é que João me contava", complementou.
A publicitária também contou que, apesar do mal-estar com a afilhada política, Lula continuou dando suporte à então presidente da República, inclusive, gravando mensagens de apoio na produtora do casal de marqueteiros. Mônica Moura destacou ao Ministério Público que, desta vez, em razão do estremecimento com Dilma, Lula não se envolveu com o financiamento da campanha.
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