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Política

Vereador propõe criação de CPI para investigar a CMEIE e menciona gravação contra deputado do Piauí

"Eu não tenho que me posicionar porque a muito tempo deixei de ser presidente da CMEIE. Tem dez meses que eu deixei a presidência da entidade", disse deputado estadual.

Imagem: Foto: ReproduçãoClique para ampliarVereador Paulo Roberto (Imagem:Foto: Reprodução)Vereador Paulo Roberto
Em pronunciamento na sessão da última quarta-feira (09) na Câmara Municipal de Teresina, o vereador Paulo Roberto (PRTB) fez graves denúncias contra o presidente da CMEIE, Edvan Silva e o tesoureiro da entidade, inclusive, revelando a existência de uma suposta gravação que envolve compra de votos para um deputado. O vereador disse que nesta [gravação] Edvan e o tesoureiro estavam tratando sobre compra de votos para esse parlamentar e que a gravação havia ocorrido dentro da CMEIE. Em entrevista ao GP1 o vereador explicou com detalhes o seu pronunciamento na tribuna.

“Meu pronunciamento foi contra o presidente da CMEIE e contra o tesoureiro da instituição. Eu falei porque tivemos um questionamento ontem (09) na Câmara de que o vereador Décio Solano ia pedir exoneração do conselho, pois Décio é o vereador que representa a Casa no Conselho da CMEIE. Então, foi cogitado que eu fosse o representante no Conselho na instituição. Mas logo após fui comunicado de pelo vereador Décio de que não iria mais deixar o Conselho, por isso houve esse embate. Quero a moralidade daquela instituição, inclusive tem um inquérito no Ministério Público e na DECCOTERC que eu sempre cobro: cadê esse inquérito? Ele trata sobre desvio de recursos públicos, já que o dinheiro do estudante é público, pagaram rádio pirata que nunca fez o serviço, recibos falsificados, coisas sem nota fiscal. Essa denúncia que está na DECCOTERC foi eu quem fiz. No ano passado eu pedi uma CPI na CMEIE, mas fomos derrotados por um voto e agora novamente estou propondo uma CPI. Diante de todos esses fatos, eu disse ao vereador Décio: você tem até 11 de maio para apresentar a documentação que eu preciso para analisar. Em 2009 foi feita uma auditoria que a CMEIE pagou e eu nunca vi o resultado desta, gostaria de ter acesso a folha de pagamento, queria conhecer cada funcionário daquela entidade. Não consigo ter acesso a essa folha da CMEIE, então tem uma série de fatos que não me convence”, justificou o vereador.

Compra de votos

Paulo Roberto disse que dentro da CMEIE foi gravada uma fita onde o presidente da entidade, Edvan Silva e o tesoureiro falavam sobre compra de voto para um deputado.

“Com tudo isso eu disse ao vereador Solano que havia um motivo mais forte para pedirmos a CPI, já que no MP existe uma denúncia que já foi feita ao Tribunal contra um deputado”, revelou Paulo Roberto que foi questionado se esse parlamentar seria Evaldo Gomes que já presidiu a CMEIE e com quem ele [Paulo Roberto] já teve um atrito, então o vereador respondeu: “Não sei, não vou comentar nomes. Posso dizer que é contra um deputado. Então eu volto o foco para CMEIE, essa denúncia é uma gravação que foi feita dentro do prédio da CMEIE onde o cidadão presidente e o cidadão tesoureiro falavam na compra de votos para um deputado, isso de acordo com quem fez a denúncia, está gravado”, ponderou.

Gravação forjada

Ao ser questionado se estava “forjando” provas contra um deputado, o vereador Paulo Roberto disse: “Eu nunca ouvi ninguém falar sobre isso que é grave. Quem gravou lá na CMEIE é um cidadão que trabalhou na campanha de um deputado, não vou citar nomes. O MP e o procurador eleitoral Marco Aurélio também têm essa gravação contra um deputado. Isso é grave, rumores eu não vou escutar, vou perguntar: Quem estava gravando lá na CMEIE? Eu não sou louco de perder meu mandato forjando prova contra fulano, aliás, eu não luto contra deputado eu luto contra as irregularidades daquela instituição. A gravação a qual me refiro é real e está no MP e no Tribunal. Temos sigilo, mas eu tenho acesso sou um homem público. Cada um vai buscar suas fontes. Eu disse para Câmara Municipal de Teresina que na terça-feira eu apresento essa gravação. Essa informação de que foi forjado, inclusive por mim não existe, não há a mínima chance, até porque eu perderia meu mandato. E quero deixar claro que não tenho nada contra deputado e nem contra ninguém. Minha briga é contra as denúncias que eu já fiz a DECCOTERC e ao Ministério Público. E apesar de ser segredo de justiça resolvi comentar sobre essa fita gravada lá na CMEIE só para mostrar o tamanho da coisa. Se você fala e está gravado é sua voz não tem como dizer que não é a mesma coisa ocorre quando você é gravado. Não tem como dizer que forjado”, finalizou Paulo Roberto.

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarDeputado Evaldo Gomes (PTC)(Imagem:Reprodução)Deputado Evaldo Gomes (PTC)
Ex-presidente da CMEIE


Procurado pelo GP1 o deputado estadual, Evaldo Gomes (PTC) disse que a priori não pretende se posicionar sobre o caso já que o vereador não citou nomes.

“Eu não tenho que me posicionar porque a muito tempo deixei de ser presidente da CMEIE. Tem dez meses que eu deixei a presidência da entidade, inclusive tive uma passagem pela Câmara Municipal como parlamentar e agora estou na Assembleia Legislativa. Não entendo aonde o parlamentar quer chegar com essa discussão. Mas, quero dizer que não me interessa esse tipo de confusão porque eu tenho interesse de trabalhar pelo Estado na condição de deputado. Agora, minhas contas no período que eu estive na CMEIE foram aprovadas, eu tive um mandato transparente, tenho certeza que eu abri um diálogo franco não só com as entidades estudantis, mas também com os estudantes. Portanto, isso não me trás nenhum tipo de estresse porque para mim isso são águas passadas”.

“Eu prefiro que ele [Paulo Roberto] diga quem é o parlamentar a qual ele se refere, porque ele não disse, mas espero que o vereador diga para que fique bem claro. Ele não tocou em meu nome e, no entanto, não posso falar. Mas, que ele esteja a vontade para dizer quem é esse deputado”, desafiou o parlamentar.

Gravação

Evaldo Gomes também falou sobre a gravação que o vereador disse está em poder do Ministério Público e que trataria de compra de votos para um deputado. “Tive informação que esta gravação está em poder do Ministério Público, mas, estou sabendo que está em poder também da Polícia Civil de Combate ao Crime Organizado para ser analisada. A quem essa fita está relacionada não posso dizer, até porque o nobre vereador não cita nomes. Por isso, quero dizer que estou tranqüilo porque fiz uma campanha limpa e transparente, os que andaram comigo sabem perfeitamente como foi feita minha campanha e dentre os 30 deputados eleitos eu fui o menos votado. Tenho certeza que logo tudo será esclarecido e os culpados serão punidos”, assegurou Gomes.

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