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Política

Proprietário da Difusora denuncia que políticos do Piauí grampearam ilegalmente telefones da Rádio

"São os ladrões do dinheiro público. Aqueles dos alugueis de carros superfaturados e fantasmas; das terceirizações abusivas; dos contratos aditivados", disparou Mário Rogério.

Um dos jornalistas mais respeitados do Estado, Deoclécio Dantas, na última sexta-feira (18), entrou ao vivo no programa Jornal da Difusora, apresentado pelo jornalista Odílio Teixeira e denunciou que todos os telefones da rádio Difusora e dos jornalistas da rádio estariam grampeados.

Ouvido pela reportagem do GP1, o jornalista Mário Rogério, proprietário da emissora, disse que “não estou preocupado com isso. Agora o que eu lamento é o fato de termos chegado ao ponto em que os ladrões dos cofres públicos podem fazer o que querem, incentivados pela omissão de quem tem o dever constitucional de fiscalizar a e punir”.

Ele disse que não se surpreendeu com a denúncia, “Nesse momento, estamos vivendo como se estivéssemos numa ditadura no Piauí. Esse pessoal sabe que pode fazer o que quiser que ninguém investiga nada. Certamente, quem contratou arapongas está pagando com dinheiro roubado dos cofres públicos. Mas na Difusora não temos nada a temer. Lamento apenas, que por causa de nossa linha editorial, colegas como o Odílio Teixeira, o Paulo Araújo, o Marcos Roéser, o By Girl Lima, assim como os demais profissionais da emissora, estejam passando por esse constrangimento. Esses bandidos fazem isso porque sabem que não serão importunados pela polícia, pelo Ministério Público, pelo TCE, pelo TCU, pela Polícia Federal... É só lembrar o caso Emgerpi. No fim das contas, o único punido foi o estudante que denunciou as falcatruas, que foi seguido e ameaçado. Quando se trata dessa gente, não há lei. E nós temos que ficar agüentando essas tentativas de intimidação sem ter a quem recorrer. Essa é a verdade.”

Segundo Mário Rogério, nos últimos dias, aconteceram alguns fatos que demonstram que há um grupo de pessoas atentando contra a rádio Difusora e seus profissionais.

“Na semana passada ocorreu uma reunião nos corredores da Assembléia Legislativa. Um grupo de pessoas discutia a estratégia para calar a emissora. A discussão girou em torno de como deveriam agir, se pedir, inicialmente, que a emissora fosse advertida ou pedir logo a suspensão de sua programação e multa. Essa informação chegou até nós por uma fonte fidedigna, que, inclusive, participou de outros encontros com o mesmo intuito, mas que não concorda com esse posicionamento de calar veículos de comunicação que foram fundamentais para partidos como o PT chegarem ao poder”.

Imagem: Germana Chaves/GP1Clique para ampliarLuiz Carlos (Imagem:Germana Chaves/GP1)Luiz Carlos
Questionado sobre de onde estariam partindo essas articulações, o jornalista não teve dúvidas: “É claro que deve ser de gente que está incomodada com as consistentes denúncias feitas na Difusora. São os ladrões do dinheiro público. Aqueles dos alugueis de carros superfaturados e fantasmas; das terceirizações abusivas; dos contratos aditivados de forma ilegal e imoral; das estradas de barro pintada de preto, para parecer asfalto; das ONGs fantasmas, enfim. São pessoas que vicejaram devido a omissão de quem deveria fiscalizar e punir e preferiu se omitir”, finalizou.

Sindicato dos jornalistas

O GP1 falou com o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Piauí, Luis Carlos, que se pronunciou sobre o caso.

“Falei com Mário Rogério e ele me contou que a história surgiu através do jornalista Deoclécio Dantas que teria sido informado por uma fonte segura sobre o caso. Por isso o Sindicato está a disposição da Rádio Difusora, porque combatemos com veemência qualquer tipo de repressão a liberdade de expressão, pois esse é o nosso papel”, assinalou Luis Carlos.

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