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Polícia Civil pede bloqueio de bens dos alvos na Operação Inventário

Veículos de luxo como uma BMW 320i, uma SW4, três motos aquáticas, estão entre os bens.

A Polícia Civil do Piauí pediu o bloqueio dos bens de todos os membros da organização criminosa formada por advogados, empresários e servidor público que foram presos durante a Operação Inventário, deflagrada nessa quarta-feira (26), nos estados do Piauí, Paraíba, São Paulo e Paraná.

De acordo com o delegado Matheus Zanatta, um dos três delegados responsáveis pelo inquérito, com o avanço das investigações que apuraram a atuação do grupo criminoso voltado para fraudar documentos e induzir o judiciário a erro, com a finalidade de ter acesso a valores disponíveis na conta de uma pessoa já falecida, foi possível verificar a existência de vários bens em nome dos investigados, muitas vezes incompatíveis com as funções as quais exerciam.


Segundo o delegado, veículos de luxo como uma BMW 320i, uma SW4, três motos aquáticas, além de um rancho avaliado em aproximadamente R$ 300 mil e dinheiro apreendidos, foram alvos do bloqueio do BacenJud e Renajud, a fim de tentar reparar o dano causado à família do inventariado Rui Santiago Porto, de Curitiba-PR.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Matheus Zanatta e Delegado Yan Bayner
Delegado Matheus Zanatta e Delegado Yan Bayner

“Pedimos o bloqueio de todos ativos financeiros dos investigados, até o limite do valor da fraude, pedimos ainda o bloqueio de RENAJUDE dos veículos, que é quando a pessoa não pode sequer circular com o carro. O D.S.S. tinha um rancho em um condomínio no valor de quase R$ 300 mil que ele comprou. Apreendemos com ele também uma SW4, uma BMW 320i 2020 e três motos aquáticas e todos os imóveis estão sequestrados. Em Teresina, apreendemos também dinheiro na casa do advogado Elano e vários veículos que vão servir para reparação das vítimas. Nós destacamos a mudança de trabalho da Polícia Civil de pensar especialmente nas vítimas. O juiz deve arbitrar na sentença o valor de reparação e impedir que os condenados se valham do dinheiro do crime”, pontuou o delegado Matheus Zanatta.

Entenda o caso

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (27), na seda da Delegacia Geral da Polícia Civil do Piauí, o delegado Matheus Zanatta detalhou como se deu o início das investigações até se chegar à fase ostensiva da Operação Inventário, ocorrida nessa quarta-feira (26), nos estados do Piauí, Paraíba, São Paulo e Paraná.

“Isso começou a ser investigado no final do ano passado, quando chegou uma denúncia de um processo fraudulento de inventário em Demerval Lobão, onde lá foram expedidas algumas decisões fazendo o bloqueio de ativos financeiros do inventariado, levantado alvarás judiciais no valor de quase R$ 500 mil. No decorrer das investigações, descobrimos outros quatro processos trabalhistas em Barra do Corda-MA, todos eles no mesmo modo de operação, eram ações trabalhistas fraudulentas onde tinha a confecção de acordos trabalhistas fraudulentos. Esses acordos eram homologados pelo juiz, era feito o bloqueio de ativos financeiros e, mediante decisão judicial, era feito o levantamento de alvarás judiciais e dos valores. Importante frisar que dessas quatro ações trabalhistas, três tinham o mesmo reclamado, que é o seu Rui Santiago Porto, e também era o mesmo inventariado da ação de Demerval Lobão”, contou o delegado.

Foto: Alef Leão/GP1Coletiva para esclarecer detalhes da Operação Inventário
Coletiva para esclarecer detalhes da Operação Inventário

No decorrer das investigações, a Polícia Civil do Piauí conseguiu identificar indícios de fraudes em outras cidades do interior do estado, com atuação do mesmo grupo criminoso.

“Continuando as investigações, descobrimos outros processos fraudulentos, um na comarca de São Pedro do Piauí e mais outro na comarca de Demerval Lobão, todos eles feitos pela mesma organização criminosa, uma organização que existia uma divisão de tarefas onde tinha advogados que protocolavam as ações, existia a figura do líder que tinha informação privilegiada, tinha também as pessoas que pegavam o dinheiro ilícito e lavavam esse dinheiro comprando carros de luxo, imóveis e investindo em pessoas jurídicas”, destacou.

11 pessoas foram presas

Ao todo, foram presas 11 pessoas na Operação Inventário, oito são apontadas como os principais membros da organização criminosa. São eles: D.S.S., preso em Ribeirão Preto (SP); A.C.V.O., presa em Ribeirão Preto (SP); D.G.O.A., preso em Teresina (PI); N.M.S., presa em Guaraqueçaba (PR); D.G.M., preso em João Pessoa (PB); E.L.M.S., L.E.S. e E.M.A., presos em Teresina (PI).

Neto de juíza preso

O neto de uma juíza, identificado pelas iniciais D.G.M., foi um dos alvos presos pela Polícia Civil durante a "Operação Inventário".

Ele é Guarda Civil Municipal na cidade de Caxias, no Maranhão, e segundo a Polícia Civil do Piauí, atuava na organização criminosa fazendo o manuseio de processos e agilizando despachos na comarca de Demerval Lobão, onde a avó atua. Ele foi preso em João Pessoa-PB, tentando escapar da polícia.

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