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Aneel anuncia bandeira amarela e conta de luz ficará mais cara em julho

Agência justificou a decisão com a previsão de chuvas abaixo da média até o final deste ano.

Depois de mais de dois anos sem taxa extra na conta de luz, os brasileiros enfrentarão em julho um aumento de R$ 1,88 por cada 100 kWh consumidos devido à necessidade de acionamento das usinas térmicas, mais caras que as renováveis. Essa é a primeira vez desde abril de 2022 que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) implementa a bandeira amarela na tarifa. Durante esse período, o alto volume de chuvas e o crescimento da geração renovável mantiveram a conta de luz sem taxas adicionais.

A Aneel justificou a decisão com a previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano e um consumo de energia acima do normal no inverno, que terá temperaturas superiores à média histórica. A expectativa é que o acionamento das usinas térmicas aumente nesse período. O sistema de bandeiras possui quatro níveis: verde, sem taxa extra; amarela, com R$ 1,885 por 100 kWh; vermelha patamar 1, com R$ 4,465; e vermelha patamar 2, com R$ 7,877.


Os valores das bandeiras tarifárias são revistos anualmente, e em 2024 a Aneel aprovou reduções entre 20% e 37%. Em nota, a agência atribuiu esses cortes ao cenário hidrológico favorável, à grande oferta de energia renovável e à queda nos preços dos combustíveis fósseis no mercado internacional. No entanto, as atuais projeções de chuva e demanda já estão impactando o preço da energia no mercado atacadista e o risco hidrológico das hidrelétricas, que podem produzir menos que o contratado.

A Aneel destaca que o sistema de bandeiras permite ao consumidor fazer escolhas de consumo que ajudam a reduzir os custos operacionais do sistema, diminuindo a necessidade de acionar termelétricas. Antes das bandeiras, os consumidores não eram informados sobre o aumento do custo da energia, o que dificultava a reação ao aumento de preços. Assim, o consumidor agora tem um papel mais ativo na definição da sua conta de energia.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para refletir o custo variável da produção de energia no país. Em 2021, devido à seca severa nas bacias das regiões Sudeste e Centro-Oeste, o governo criou uma bandeira adicional de escassez hídrica, que tinha um valor de R$ 14,20 por 100 kWh consumidos.

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