O juiz da Vara de Delitos de Organização Criminosa, Thiago Carvalho Martins, negou a soltura do líder do Bonde dos 40, Valdeci da Silva Lima, o “Brizola”, e do líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Josimar Machado Alves de Lima, o “Mamá”. A decisão, datada do dia 23 de outubro, integra o processo em que os dois líderes de facções criminosas e outras 21 pessoas são acusadas de integrar organização criminosa, além de outros crimes conexos.
Os dois foram presos em Teresina no dia 14 de dezembro de 2023, durante operação integrada da Polícia Civil do Piauí, através do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (DENARC). Na ocasião, foram cumpridos mandados de prisão temporária contra 26 indivíduos, todos investigados pelos crimes de tráfico de drogas, organização criminosa, roubo, receptação e fabricação de armas.
No pedido de revogação da prisão preventiva, a defesa de Brizola alegou a ilegalidade da prisão, visto a falta de contemporaneidade, pois os fatos que a motivaram ocorreram em dezembro de 20203, e foi decretada apenas em junho de 2024, sem novos elementos, além da falta de comprovação de alguns crimes imputados contra ele. Já os advogados de Mamá alegaram a falta de provas e o fato dele ser paraplégico, e que a sua permanência na unidade prisional representaria um risco à saúde.
Mesmo assim, o magistrado negou a soltura dos líderes do Bonde dos 40 e do PCC, visto que restou comprovado no inquérito policial os indícios de materialidade e autoria aos delitos imputados aos indivíduos, que também possuem uma vasta ficha criminal.
Participação na facção
Valdeci da Silva Lima é acusado de chefiar a facção criminosa Bonde dos 40. Conforme denúncia feita pelo Ministério Público do Piauí (MPPI), ele também responde pelos crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, extorsão e usura (agiotagem). Além disso, também é acusado de ordenar diversos homicídios e fornecer armas de fogo e drogas para seus comparsas.
A quebra de sigilo telefônico revelou que Valdeci proferia graves ameaças a devedores, evidenciando a participação dele em esquemas de agiotagem e extorsão. Embora tenha negado sua participação com organização criminosa e tráfico de drogas, o depoimento de outras testemunhas indicaram a relação de Brizola com esses crimes, assim como de receptação e comércio de armas.
Josimar Machado é acusado de ser um dos líderes do PCC na região da Santa Maria da Codipi, zona norte de Teresina. Com essa atribuição, ele também é apontado como o mandante de homicídios contra rivais.
Ele também negou o envolvimento com a facção criminosa, mas admitiu conhecer diversos membros mencionados na investigação, mas outras testemunhas disseram que Mamá era a pessoa que “mandava matar” dentro do PCC, e que era um dos chefes da organização.
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