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Piauí

Justiça devolve a Junno Pinheiro R$ 857 mil apreendidos com promotor Maurício Verdejo

Determinação foi dada pelo desembargador Ricardo Gentil Eulálio Dantas, do Tribunal de Justiça do Piauí.

O desembargador Ricardo Gentil Eulálio Dantas, do Tribunal de Justiça do Piauí, determinou que a quantia de R$ 897.950,00 (oitocentos e noventa e sete mil e novecentos e cinquenta reais), apreendida pela Polícia Federal na residência do promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Júnior, seja devolvida para o empresário Junno Pinheiro Campo Sousa. Maurício Verdejo foi alvo da PF por exigir propina de R$ 3 milhões para arquivar uma investigação contra o empresário. A decisão monocrática foi dada no último dia 1º de outubro deste ano.

Nos autos, o desembargador destacou que ficou comprovado que o valor apreendido foi emprestado por Junno Pinheiro para colaborar com as investigações contra o promotor. Com base nisso, o próprio Ministério Público também solicitou a devolução do montante ao proprietário.

Foto: Reprodução/GP1Empresário Junno Pinheiro denunciou o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Júnior
Empresário Junno Pinheiro denunciou o promotor Maurício Verdejo Gonçalves Júnior

“No presente caso, resta incontroverso que a quantia apreendida pela polícia foi emprestada pela vítima, Junno Pinheiro Campo Sousa, a fim de colaborar com as investigações conduzidas no presente processo. Nesse sentido, o próprio órgão ministerial solicitou a devolução dos valores apreendidos ao proprietário, realizando o depósito de tais valores em juízo”, destacou o desembargador.

Assim, o magistrado deferiu o pedido de restituição, determinando que os R$ 897.950,00 sejam transferidos para a conta bancária indicada, pertencente à empresa Central de Laudos e Serviços LTDA, de propriedade do empresário.

Promotor denunciado à Justiça

Em setembro deste ano, o Ministério Público do Estado do Piauí denunciou o promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Junior e seu assessor ministerial, o advogado André Ricardo Bispo Lima, pelos crimes de concussão, prevaricação, supressão de documento e tráfico de influência. A denúncia, apresentada pelo subprocurador de Justiça João Malato Neto, aponta que os acusados exigiram uma propina de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) do empresário Junno Pinheiro Campos Sousa para arquivar um Procedimento Investigatório Criminal.

A investigação da Polícia Federal contra o promotor, no entanto, apontou inicialmente que ele exigiu R$ 3 milhões do empresário. As apurações revelaram que a primeira parcela da propina, no valor de R$ 500.000,00, foi paga ao membro do MP em sua residência em Teresina no dia 2 de agosto de 2024. A segunda parcela, também de R$ 500.000,00, foi entregue no dia 7 de agosto de 2024, novamente na casa do promotor. Durante a entrega da segunda parcela, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão, encontrando R$ 896.000,00 em posse de Maurício Verdejo.

Foto: Divulgação/PF-PIDinheiro apreendido com promotor
Dinheiro apreendido com promotor

Na residência do assessor ministerial, a polícia encontrou R$ 600,00 e, posteriormente, mais R$ 10.000,00 que haviam sido repassados a terceiros. As ações policiais foram realizadas após a confirmação do pagamento das propinas e a localização dos valores ilicitamente exigidos.

O caso envolvia a 6ª Promotoria de Picos, onde o Procedimento Investigatório Criminal contra o empresário Junno Pinheiro estava em trâmite.

Operação Iscariotes

No dia 7 de agosto, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Iscariotes quando cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do promotor em Teresina, onde foram apreendidos aproximadamente R$ 900 mil em espécie. A investigação teve início após o empresário Junno Pinheiro relatar à Polícia Federal que foi abordado por Maurício Verdejo em um restaurante, onde foi exigido o pagamento para cessar a investigação.

Em depoimento à PF, Junno Pinheiro relatou que o promotor disse ter “apoio e muita força” no âmbito do Poder Judiciário. Segundo o empresário, Maurício afirmou que “não importa quais recursos eu movimente, todos ‘iriam parar’ em desembargador ou em juiz ‘ligado’ a ele”.

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