Uma nova testemunha surgiu no caso da Operação Iscariostes, que investiga o promotor de Justiça do Piauí, Mauricio Verdejo, e o assessor jurídico André Ricardo Bispo Lima, suspeitos de exigir propina de R$ 3 milhões para arquivar um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) contra o empresário Junno Pinheiro. A testemunha é uma “mãe de Santo”, que compareceu voluntariamente à Polícia Federal e afirmou que André Bispo fez uma doação de R$ 15 mil à instituição religiosa da qual ela faz parte.
A informação foi confirmada ao GP1 nessa terça-feira (10) pela Polícia Federal. A “mãe de Santo” relatou que a doação foi feita em notas de R$ 200. Durante a investigação, a Polícia Federal encontrou elementos que incriminam tanto o promotor quanto o assessor.
Em uma segunda busca decretada judicialmente, foram localizadas três cédulas de R$ 200 na carteira de André Bispo, que haviam sido digitalizadas pela Polícia Federal.
Subprocurador denuncia promotor
O Ministério Público do Estado do Piauí denunciou o promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Junior e seu assessor ministerial, o advogado André Ricardo Bispo Lima, pelos crimes de concussão, prevaricação, supressão de documento e tráfico de influência. A denúncia, apresentada pelo subprocurador de Justiça João Malato Neto, aponta que os acusados exigiram uma propina de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) do empresário Junno Pinheiro Campos Sousa para arquivar um Procedimento Investigatório Criminal.
Operação Iscariotes
No dia 7 de agosto, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Iscariotes quando cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do promotor em Teresina, onde foram apreendidos aproximadamente R$ 900 mil em espécie. A investigação teve início após o empresário Junno Pinheiro relatar à Polícia Federal que foi abordado por Maurício Verdejo em um restaurante, onde foi exigido o pagamento para cessar a investigação.
Em depoimento à PF, Junno Pinheiro relatou que o promotor disse ter “apoio e muita força” no âmbito do Poder Judiciário. Segundo o empresário, Maurício afirmou que “não importa quais recursos eu movimente, todos ‘iriam parar’ em desembargador ou em juiz ‘ligado’ a ele”.
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