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Advogado Luiz Alberto Júnior acusa Verde Cap de estelionato

Segundo o advogado, em dois postos de venda, a regional responsável não passou para recolher os selos dos compradores para levá-los à sede onde os mesmos são registrados.

O advogado Luiz Alberto Ferreira Junior, denunciou ao GP1, nesta quarta-feira (09), crime de estelionato praticado contra 35 pessoas que compraram cartelas do bingo Verde Cap e não participaram do sorteio, no domingo (06), já que os selos não foram recolhidos no último sábado (05).

O advogado, que está entre os compradores, explicou que em dois postos de venda, situados no bairro Monte Castelo, zona Sul de Teresina, a regional responsável não passou para recolher os selos dos compradores para levá-los à sede onde os mesmos são registrados.
Imagem: DivulgaçãoLuiz Alberto Ferreira Júnior, advogado que denunciou o Verde Cap(Imagem:Divulgação)Luiz Alberto Ferreira Júnior, advogado que denunciou o Verde Cap
“Tem dois postos de vendas próximo à minha residência no Monte Castelo. Num deles eu comprei cinco cartelas e outras pessoas também compraram no mesmo local. E em outro ponto de venda foram vendidas mais 15, totalizando, 35 compradores nos dois postos. Esse material deveria ter sido recolhido até às 22h, do último sábado (05), para podermos concorrer no domingo, mas isso não aconteceu. Antes do início do bingo, ainda no domingo, a pessoa que eu comprei o título veio me procurar como advogado e me comunicou que não tinha sido procurado para o recolhimento e consequente registro do número da cartela”, relatou.

Vendedores com medo

Luiz Alberto informou que o vendedor ficou temeroso pelo que poderia acontecer e os compactadores, sem ter a ciência do que aconteceu, o teria acusado pelo ocorrido.
Imagem: DivulgaçãoAdvogado acusa bingo Verd Cap por crime de estelionato(Imagem:Divulgação)Advogado acusa bingo Verd Cap por crime de estelionato
“Eu expliquei para o vendedor que eu comprei na mão dele, que quem comprou poderia se revoltar e achar que ele estaria com conluio com alguém. No momento que o orientava, outra pessoa ouviu e foi avisar a quem também tinha comprado. Depois disso, veio uma multidão querendo o dinheiro de volta. Depois ficamos sabendo que a mesma coisa havia acontecido com outro vendedor de outro posto, onde ninguém também passou para pegar as cartelas”, disse.

Queixa

Na qualidade de advogado, Luiz Alberto informou que orientou os dois vendedores que procurassem a delegacia para prestar queixa e esclarecer como tudo teria acontecido.
“Eu orientei os vendedores para que fossem a delegacia registrar ocorrência porque a população poderia, a qualquer momento, se voltar contra eles. O outro vendedor reforçou a mesma história. O caso se caracteriza como prática de estelionato já que as 35 pessoas compraram pensado que iriam concorrer, o que não aconteceu”, reforçou.

Não conseguiu contato

O advogado informou que depois de todo o acontecimento, procurou contato com o título de capitalização, mas assegurou que não obteve retorno.

“Depois disso, tentamos ligar para o Verde Cap e não tivemos nenhum tipo de resposta. Não conseguimos falar com ninguém”, garantiu.

Regional

O advogado disse que, na terça-feira (08), um representante da regional Sul procurou os vendedores exigindo a entrega dos selos e do dinheiro apurado com as vendas.

“Terça-feira, a pessoa encarregada da regional Sul, foi até a casa dos vendedores dando pressão e dizendo que eles teriam que entregar as cartelas e o dinheiro. Isso se caracteriza como estelionato. Eles explicaram que já haviam entregue para o advogado, no caso eu, que também havia comprado cinco cartelas ”, contou.

Gente grande

Segundo Luiz Alberto, depois que o responsável pela regional foi informado pelos vendedores de que haviam entregues as cartelas e o dinheiro a ele, recebeu ligação do responsável cobrando explicações.

“Ele pegou e ligou para mim e eu disse que estava exercendo minha profissão e que as provas que tinha eram de cliente e que não poderia dar. O rapaz da regional disse que eu estava mexendo com gente grande, que eu não sabia com quem estava mexendo. E que iria registrar uma ocorrência contra mim na delegacia. Eu disse que poderia registrar, pois, eu estava no livre exercício da minha profissão. Eu avisei que daria publicidade ao evento para que as pessoas não viessem participar dessa fraude. Para que o público saiba o que realmente o Verde Cap está fazendo. Isso tudo se caracteriza como fraude”, declarou.

Imagem: DivulgaçãoVerde Cap(Imagem:Divulgação)Polícia investiga denúncia contra Verde Cap

Sem prejuízo

O denunciante disse que foi alegado pelo representante da regional Sul que os selos seriam registrados e que se alguém fosse sorteado receberia o prêmio da mesma forma.
“Disseram que os selos estavam concorrendo e que todos estavam registrados. Segundo eles, quem ganhasse iria receber o prêmio. Mas, eu questionei a ele que se fosse assim então porque as cartelas vêm com numeração. E sendo assim, eles venderiam só o selo. Depois, tentando me convencer, ele disse que tinha os números e que se eu quisesse poderia conferir e poderia ter ganhado o prêmio. Então eu disse que não queria conferir nada, pois eu fiz uma expectativa de ganho, porém, eu não participei de bingo algum”, disse Luiz Alberto Júnior que informando ainda que o caso foi registrado no 6º Distrito Policial.

Delegado Francisco Rodrigues

O GP1 procurou o 6º Distrito Policial e segundo o delegado responsável, Francisco Rodrigues, realmente dois vendedores do Verde Cap registraram queixa relatando que os selos não haviam sido recolhidos pelo intermediador, que no caso, seria o responsável pela regional em questão.

“Realmente dois vendedores vieram a delegacia registrar queixa relatando que a pessoa responsável não teria ido recolher os selos desses dois pontos de venda. Até onde investigamos se o comprador for sorteado, mesmo sem ter sido feito o recolhimento, o intermediário é quem terá que arcar com a premiação. Vamos chamar essa pessoa responsável para saber o motivo de não terem ido recolher esses selos. Isso é o que foi apurado até o momento”, relatou o delegado.

Outro lado

Em entrevista ao GP1, o advogado Ilberto Evangelista, responsável pela assessoria jurídica do Verde Cap, falou sobre a denúncia e alegou falta de provas. “A história da qual nós tomamos conhecimento é de que o supervisor passou no posto para recolher os títulos de capitalização e o vendedor afirmou que não os havia vendido ainda, mas que já tinha algumas promessas de compra. O horário do recolhimento é às 20h, mas foi aberta uma exceção para esse vendedor, onde foi combinado do supervisor passar no posto um pouco mais tarde. Quando ele passou, o posto estava simplesmente fechado”, declarou.

Sobre a denúncia, o advogado afirmou que em nenhum momento, a administração do Verde Cap foi procurada pelo denunciante para tratar do assunto. “Essa pessoa que fez a denúncia não nos procurou, eu acredito que ela tenha sido feita baseada em uma simples dedução, ou porque essa pessoa está, de alguma forma, querendo tirar vantagem de algo”, disse ao GP1.
Imagem: Jociara Luz/GP1Ilberto Evangelista, advogado do Verde Cap(Imagem:Jociara Luz/GP1)Ilberto Evangelista, advogado do Verde Cap
Ilberto pontuou, ainda, que o supervisor será punido por ter prolongado o prazo de recolhimento dos títulos de capitalização. “Nós vamos aumentar a fiscalização para que este tipo de caso não se repita mais, até para garantir a credibilidade da empresa. Essa fiscalização já existia antes, e agora ela será reforçada”, finalizou.

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