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OAB-PI realiza vistoria e relata os principais problemas encontrados nas penitenciárias de Teresina

Foram vistoriadas a Colônia Agrícola Major César, a Penitenciária Irmão Guido e a Penitenciária Feminina para dar sequencia às vistorias nos presídios do Piauí.

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, representada pelas Comissões de Segurança Público e Direito Penitenciário, Direito à Saúde, Defesa das Prerrogativas dos Advogados, Direitos Humanos e Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, visitou na manhã desta quarta-feira (22) a Colônia Agrícola Major César, a Penitenciária Irmão Guido e a Penitenciária Feminina para dar sequencia às vistorias nos presídios do Piauí.

Imagem: DivulgaçãoOAB-PI vistoria penitenciárias.(Imagem:Divulgação)OAB-PI vistoria penitenciárias.

Segundo os dados da administração da Colônia Agrícola Major César, existem 234 presos para 290 vagas. Entre eles, 17 possuem alguma deficiência mental e precisam de atendimento psiquiátrico. Desta forma, o presídio que deveria receber apenas os presos sem deficiência mental, acaba recebendo pessoas que deveriam estar internadas em unidades de saúde apropriadas.

Imagem: DivulgaçãoOs principais problemas encontrados são estruturais e de falta de operacionalidade do sistema. (Imagem:Divulgação)Os principais problemas encontrados são estruturais e de falta de operacionalidade do sistema.

De acordo com o presidente da Comissão de Segurança Pública e Direito Penitenciário, Lúcio Tadeu, os principais problemas encontrados são estruturais e de falta de operacionalidade do sistema. "A situação é caótica, problemas elétricos e hidráulicos gravíssimos que geram insegurança entre os próprios detentos e os agentes penitenciários. Outra reclamação que ouvimos foi a não realização de convênios que oferecem vagas de emprego para que os presos do regime semiaberto possam trabalhar", informou Lúcio Tadeu.

Imagem: DivulgaçãoForam visitadas Colônia Agrícola Major César, a Penitenciária Irmão Guido e a Penitenciária Feminina.(Imagem:Divulgação)Foram visitadas Colônia Agrícola Major César, a Penitenciária Irmão Guido e a Penitenciária Feminina.

A vistoria na Penitenciária Irmão Guido registrou os seguintes dados: 401 presos para apenas 324 vagas, 76 agentes penitenciários, sendo treze por plantão.

O Coordenador Adjunto das Comissões Temáticas da OAB-PI, João Washington Melo, relatou que as condições estruturais, como a falta de higiene e más acomodações nas celas, são as principais reclamações dos detentos. "Constatamos que o maior problema da Irmão Guido é falta de estrutura física. Registramos canos quebrados, instalações elétricas precárias e fossas abertas", declarou Washington Melo.
Imagem: Francyelle Elias/ GP1Jacinto Teles(Imagem:Francyelle Elias/ GP1)Jacinto Teles
Segundo o presidente da Agepen (Associação dos Agentes Penitenciários do Piauí), Jacinto Teles, durante a visita muitas agentes e próprios presos denunciaram a falta de remédios na penitenciária. "Vários agentes penitenciários e presos disseram que tá faltando medicamento na secretaria de Justiça, eles temem uma situação pior, isso é uma revolta dos próprios presos. Conversei com o diretor da Irmão Guido Itamar Burlamarqui que confirmou que a atuação situação de medicamentos está difícil, a saúde lá tá precária".

"O Itamar me disse ainda que a falta de medicamentos é por causa da Secretaria estadual de Saúde que não está cumprindo com o convênio que tem com a secretaria de Justiça. Há mais de dois meses que a secretaria não envia medicamentos, como os de alta complexidade. Muitos presos usam remédios controlados e a falta deles pode causar transtornos, e isso é o que preocupa os agentes", completou Jacinto.

Imagem: DivulgaçãoAs próximas visitas acontecerão nesta sexta-feira (24) nas penitenciárias de Picos e Esperantina.(Imagem:Divulgação)As próximas visitas acontecerão nesta sexta-feira (24) nas penitenciárias de Picos e Esperantina.

Durante a visita à Penitenciária Feminina, a OAB-PI registrou um número de 116 presas, sendo 90 provisórias, para uma capacidade de 110 vagas. A estrutura da Penitenciária oferece cursos profissionalizantes, biblioteca e consultório odontológico, além de um projeto para instalação de um berçário. A vice-presidente da OAB-PI, Eduarda Miranda, informou que, entre os aspectos analisados, merece destaque a ausência de defensoria pública para as detentas. "O número de mulheres na Penitenciária Feminina não caracteriza a superlotação do presídio, mas existem muitos processos que ainda precisam ser analisados e julgados", finalizou a vice-presidente.

As visitas realizadas nos presídios da capital fazem parte de um cronograma de vistorias que serão realizadas em todas as unidades prisionais do Piauí para verificar a atual situação do sistema carcerário do Estado. Além da situação dos detentos, serão averiguadas as condições de trabalho dos agentes penitenciários e condições estruturais dos presídios. As próximas visitas acontecerão nesta sexta-feira (24) nas penitenciárias de Picos e Esperantina.


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