O juiz Geneci Benevides, vai dar prosseguimento nesta terça-feira (9), na Comarca de Picos - PI, a 311 km de Teresina, no Sul do Estado, a audiência de inquirição de testemunhas, que apura denúncias de torturas contra três presos, naquele Município, no dia 1º de outubro deste ano, em que aparecem como principais acusados da violência, quatro policiais militares, sob o comando do major Wagner Torres, que na época, era comandante do 4º BPM, em Picos.
Segundo o advogado Nazareno Thé que trabalha na defesa dos acusados, a audiência está prevista para ter continuidade a partir das 11 horas, quando serão ouvidas mais testemunhas do caso. Nazareno ao passar no final da tarde desta segunda-feira (8), pela cidade de José de Freitas, voltando de Esperantina para a Capital Piauiense, falou a reportagem do GP1 que neste caso, adotou a tese de negativa de autoria, em relação ao crime de tortura. Ele garante que os três rapazes realmente foram presos acusados de arrombamento, mas que não foram torturados pelo major Wagner Torres e seus comandados.
Nazareno Thé disse que a audiência de inquirição de testemunhas teve inicio no dia 26 de novembro deste ano e foi suspensa para ter continuidade neste terça-feira (9), após entendimentos entre os Promotores de Justiça, Assuero Stevesson e Tarcisio Moura que acompanham o caso; o juiz Geneci Benevides e os advogados de defesa dos acusados. No primeiro dia de audiência, 26 de novembro, na Comarca de Picos, foram ouvidas as três possíveis vítimas das torturas, identificadas por Edgar da Silva Rocha, que sofreu ruptura no testículo direito; Airon Alves Magalhães e José Fabrício da Silva, além da delegada regional em Picos, Vanda Abreu Costa. Segundo denunciou o Promotor de Justiça, Elói Pereira Júnior, os três rapazes Edgar, Airton e Fabrício, teriam sido presos acusados de roubo e levados para o 4º BPM, em Picos, onde teriam sido submetidos a torturas, pelos militares Vilmar Pereira dos Santos, Ânio Esdras Ricardo, Francisco Santana Daniel e Antônio Bezerra, sob o comando do major Wagner Torres.
O major Wagner Calisto Torres que foi exonerado do comando do 4º Batalhão da Polícia Militar, no último dia 2, pelo comandante geral da PM, coronel Francisco Prado, nega todas as acusações de que ele e seus comandados teriam torturado os presos. Segundo o advogado Nazareno Thé ainda faltam serem ouvidas sete testemunhas arroladas pelo Ministério Público e oito da defesa, além dos cinco acusados, no caso, o major Wagner Torres e os outros quatro policiais militares. Ele acredita que os depoimentos não serão encerrados nesta terça-feira, sendo necessário suspender a audiência para ter continuidade em outro dia, que será marcado pelo juiz Benevides. Esse caso de torturas em que envolve os policiais militares do Piauí está obtendo repercussão em todo o País, pois já repercutir até no Senado Federal, onde foi denunciado pelo senador Mão Santa (PMDB-PI). A Ordem dos Advogados do Brasil está acompanhando o caso, pois foi quem denunciou as torturas ao governador Wellington Dias e pediu providências, chegando a pedir o afastamento do major Wagner Torres, do Comando do 4º BPM, o que só aconteceu no dia 2 deste mês, após o próprio governador ver e analisar um parecer do Promotor Aristides Pinheiro, da Auditoria Militar da PM do Piauí.
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