A Polícia Civil do Piauí, por meio da Diretoria de Inteligência, prendeu nesta sexta-feira (21), no âmbito da Operação Usuário Zero, o advogado José Wilson Cardoso Diniz, que está entre os acusados de fraude que resultou na obtenção indevida dos valores de R$ 6.943.280,04 e R$ 11.609.962,65, causando prejuízo para a rede Ipiranga Produtos de Petróleo S.A.
Conforme o GP1 apurou, o advogado é investigado pelos crimes de fraude processual, violação de sigilo funcional, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informações, invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica, associação criminosa.
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A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina.
Segunda fase da Operação Usuário Zero
A segunda fase da Operação Usuário Zero foi deflagrada no dia 18 de fevereiro deste ano, a fim de desarticular fraudes cometidas em processos judiciais. Inicialmente foi identificada uma fraude de aproximadamente R$ 7 milhões contra a rede de postos Ipiranga.
Duas pessoas foram presas na operação, entre elas, o advogado Carlos Yury Araújo de Morais e empresário Luiz Augusto Machado da Cruz Paião. Além deles, o também empresário Paulo Sandro Rocha Amorim, namorado da prefeita de Luzilândia, Fernanda Marques (PT), foi o principal beneficiado com a fraude milionária contra a rede de postos Ipiranga, que ensejou a operação e permanece foragido.
Como funcionava o esquema
Segundo levantamento feito por nossa reportagem, os investigados conseguiram acesso ao sistema do Tribunal de Justiça do Piauí para fraudar um processo de execução de título extrajudicial em desfavor da rede Ipiranga, conseguindo a penhora de R$ 6.312.072,77 (seis milhões trezentos e doze mil setenta e dois reais e setenta e sete centavos). O processo foi ajuizado por representantes de diversos postos de combustíveis situados no Piauí, sob o argumento de descumprimento contratual por parte da rede Ipiranga.
A decisão, datada do dia 1º de agosto de 2023, foi assinada pela então juíza Lucicleide Belo – hoje desembargadora. Ocorre que, segundo a própria Justiça do Piauí, a sentença foi objeto de fraude.
No dia 22 de agosto do mesmo mês, o analista judicial Lorran Bastos, da 8ª Vara Cível da Comarca de Teresina expediu uma certidão, comunicando que a minuta da sentença encaminhada à magistrada não havia sido confeccionada por ele. Concluiu-se, dessa forma, que o login do servidor foi utilizado por terceiros.
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