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Teresina - Piauí

Estudante da UFPI diz que foi vítima de racismo dentro do Restaurante Universitário

Segundo o relato da estudante, o homem se apresentou como professor de Economia.

A estudante de História da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Ana Victoria Rocha, denunciou nas redes sociais um episódio de racismo sofrido por ela nas dependências do Restaurante Universitário (RU) da instituição. Ela divulgou o caso nessa quarta-feira (29), em que relatou ter sido abordada por um homem que se apresentou como professor de Economia, e perguntou a ‘qual tribo ela pertencia’.

Em seu relato, a discente contou que inicialmente o acusado disse que era do Departamento de Economia da universidade, e que logo no primeiro contato entre os dois, ele começou a fazer perguntas. Ana Victoria ainda chegou a gravar trechos da conversa, e recebeu o apoio de outros alunos da UFPI.


Foto: Reprodução/InstagramAna Victoria Machado acusou professor racismo
Ana Victoria

“Estou nos meus últimos dias da graduação, estava almoçando e tudo mais aí quando me deparo com uma pessoa que pergunta, um homem branco, inclusive, me pergunta qual tribo eu faço parte e se eu uso piercings no rosto por uma questão de identitarismo ou porque eu faço parte de alguma tribo. Logo depois ele veio falar várias coisas comigo, de que a pessoa precisa ter postura, precisa ter aparência”, afirmou a aluna.

A estudante contou que o homem continuou insistindo em uma conversa, e reiterou os questionamentos feitos a ela. “Logo depois ele veio falar que tinha feito mestrado, que ele era formado, que ele era professor de Economia, dizendo que era do Departamento de Economia da UFPI. Ele veio falar uma série de coisas das quais eu nem perguntei, e logo depois veio reforçando a pergunta ‘que tribo você faz parte? O que que você faz?’ No final da conversa ele veio querer dar uma lição de moral ‘a porque a sua área é área da docência, você precisa ter aparência’. Ele chegou no intuito de me deixar desconfortável, e de querer afirmar que a universidade não é meu lugar por conta da minha aparência”, contou Ana Victoria Rocha.

O que diz o Centro Acadêmico de História

Ainda nesta quarta-feira (29), o Centro Acadêmico de História (Cahis) publicou nas redes sociais uma nota de repúdio em relação ao ocorrido. Na publicação, a entidade estudantil repudiou as ofensas raciais proferidas contra Ana Victoria Machado, e cobrou ações da comunidade acadêmica para enfrentar o racismo estrutural e institucional.

“A dignidade humana não pode ser ferida sem reação. É imperativo que não nos calemos diante de situações que perpetuam desigualdades históricas e violam os direitos básicos de qualquer indivíduo. A luta antirracista é inadiável, devendo ser protagonizada por todos e em todos os espaços”, diz trecho da publicação.

O que diz a UFPI

O episódio de racismo motivou um pronunciamento da Universidade Federal do Piauí, que publicou uma nota de repúdio contra a discriminação sofrida pela estudante de História. No texto, a instituição declarou que está comprometida em garantir um ambiente seguro para todas as pessoas, e que irá tomar as medidas necessárias para apoiar a vítima, inclusive com a identificação do autor que causou a situação.

Confira a nota completa da Universidade

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) repudia veementemente todo e qualquer ato de racismo e discriminação. Estamos comprometidos em criar um ambiente acadêmico seguro e inclusivo para todas as pessoas, independentemente de sua raça, gênero, orientação sexual, religião ou qualquer outra característica.

Diante do relato de racismo sofrido por uma aluna, queremos garantir que vamos tomar todas as providências necessárias para investigar o caso e apoiar a vítima. Trabalharemos para identificar e responsabilizar os responsáveis, e continuaremos a promover ações de sensibilização e prevenção ao racismo e à discriminação.

A UFPI é um espaço de ensino, pesquisa e extensão que valoriza a diversidade e a equidade, e estamos comprometidos em garantir que todas as pessoas se sintam bem-vindas, respeitadas e valorizadas em nossos campi. Estamos aqui para ouvir, apoiar e lutar por uma sociedade mais justa e igualitária para todas as pessoas.

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