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Ministério Público do Piauí denuncia fisioterapeuta e servidor do Detran por estelionato

Denuncia foi protocolada por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Floriano, no dia 26 de fevereiro.

O Ministério Público do Piauí, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Floriano, denunciou cinco pessoas, incluindo um fisioterapeuta e um servidor público do Departamento de Trânsito do Estado do Piauí (Detran-PI), pelos crimes de estelionato, receptação qualificada e prevaricação envolvendo a transferência ilegal de um veículo Onix e o uso de documentos falsos. A denúncia foi ajuizada no dia 26 de fevereiro deste ano.

Os denunciados pelo órgão ministerial tratam-se de: Willanimy Petterson Guedes de Miranda e Silva (empresário e fisioterapeuta), Igor Emanuelle Santos Vaz (servidor público), Jailton Gonçalves de Sousa, Valdivino Sampaio Neto e Ronalda Lustosa Silva Sampaio.

Foto: GP1Willanimy Petterson
Willanimy Petterson

Investigação da Polícia Civil

A investigação foi conduzida pela Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DECCOR), que iniciou com a apreensão de um veículo Onix, encontrado em processo de transferência irregular. Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na CIRETRAN de Esperantina, evidências encontradas no local levaram à análise de um smartphone apreendido de Igor Emanuelle Santos Vaz, servidor responsável pela transferência do carro. Isso foi crucial para o avanço das investigações.

Willanimy Petterson Guedes de Miranda e Silva, principal indiciado, é apontado como responsável pelo estelionato. De acordo com a investigação, ele havia prometido pagar R$ 56.000,00 por um Onix em abril de 2024, com a intenção de usá-lo para locação ao Tribunal de Justiça. Contudo, ele não efetuou o pagamento e repassou o carro para Jailton Gonçalves de Sousa por R$ 20.000,00. Jailton, inicialmente alegando desconhecer a origem ilícita do veículo, ao saber da fraude, repassou o carro para Valdivino Sampaio Neto, também por R$ 20.000,00, ciente da ilegalidade.

Valdivino Sampaio Neto, que comprou o carro de Jailton, inicialmente tentou criar uma versão falsa sobre os fatos, mas após contradições em seu depoimento, revelou a verdade. Ele ainda tentou convencer Jailton a manter a versão falsa, mas não teve sucesso. O veículo foi transferido de forma irregular para Ronalda Lustosa Silva Sampaio, esposa de Valdivino, que alegou desconhecer a origem ilícita do carro. Contudo, foi comprovado que seus dados pessoais foram usados de forma consciente pelo marido para realizar a transferência ilegal.

Igor Emanuelle Santos Vaz, servidor público da CIRETRAN, também foi indiciado. Ele foi acusado de prevaricação por realizar a transferência do veículo sem a devida autorização da proprietária original, utilizando um documento falso de autorização. A investigação foi concluída e o inquérito encaminhado ao Ministério Público, que apresentou a denúncia contra todos os envolvidos.

Willanimy Petterson já foi condenado por outro crime

O fisioterapeuta Willanimy Petterson Guedes de Miranda e Silva e a sua esposa Mariane Araújo Cavalcante foram condenados pela juíza Valdênia Moura Marques de Sá, da 8ª Vara Criminal de Teresina, a 2 anos e 6 meses de reclusão e 2 anos de prisão, respectivamente, pelo crime de estelionato. Em alguns golpes, ele usava nomes de deputados da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). Na sentença, dada em julho de 2024, a magistrada concedeu aos dois o direito de recorrerem da sentença em liberdade.

Preso seis vezes

Em dezembro de 2016, Willanimy Petterson foi preso acusado de aplicar golpe de mais de R$ 15 mil em duas pessoas. A prisão foi feita em uma residência situada no bairro Renascença III, na zona sudeste de Teresina.

Menos de um ano depois, em setembro de 2017, o fisioterapeuta foi preso mais uma vez acusado de aplicar golpes através das redes sociais. Ele foi preso em um hotel no Centro de Teresina. No mesmo ano, em novembro, ele foi preso novamente, daquela vez em Nazaré do Piauí, em cumprimento a mandado de prisão preventiva por estelionato.

Em 2019, ele foi detido duas vezes, em fevereiro e março, ao utilizar o nome da Assembleia Legislativa do Piauí e da Prefeitura de Teresina para aplicar golpes. Na época, quase 30 pessoas em Demerval Lobão foram vítimas do indivíduo, que prometia a locação de veículos mediante falsos contratos.

A última prisão ocorreu no dia 1º de agosto de 2023 pela Polícia Civil do Piauí, através da Diretoria de Polícia Metropolitana em conjunto com a Diretoria de Operações de Trânsito. Na ocasião, a esposa dele também foi presa.

Outras condenações

No dia 29 de maio de 2018, o juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 6ª Vara Criminal de Teresina, condenou Willanimy Petterson Guedes de Miranda e Silva a 1 ano e três meses de reclusão por estelionato.

Um ano e meio depois, em novembro de 2019, Willanimy Petterson foi condenado a três anos de prisão, em regime semiaberto, por estelionato. A sentença foi dada pelo juiz auxiliar da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, Edvaldo de Sousa Rebouças Neto.

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