A Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DECCOR), indiciou cinco pessoas, incluindo um fisioterapeuta e um servidor público do Departamento de Trânsito do Estado do Piauí (Detran-PI), pelos crimes de estelionato, receptação qualificada e prevaricação, após apontar irregularidades na transferência ilegal de um veículo Onix e uso de documentos falsos por parte dos investigados. O inquérito foi concluído no dia 22 de novembro de 2024.
Os indiciados foram: Willanimy Petterson Guedes de Miranda e Silva (empresário e fisioterapeuta, indiciado por estelionato), Igor Emanuelle Santos Vaz (servidor público, indiciado por prevaricação), Jailton Gonçalves de Sousa, Valdivino Sampaio Neto e Ronalda Lustosa Silva Sampaio foram indiciados por receptação qualificada.
A investigação do Departamento de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DECCOR) começou com a apreensão de um veículo Onix, que estava sendo transferido de forma irregular. Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na CIRETRAN de Esperantina, a polícia encontrou evidências que levaram à análise de um smartphone apreendido de Igor Emanuelle Santos Vaz, servidor responsável pela transferência do veículo.
O principal indiciado na investigação é Willanimy Petterson Guedes de Miranda e Silva, apontado como o responsável pelo estelionato. De acordo com a investigação, Willanimy prometeu, em abril de 2024, pagar R$ 56.000,00 por um veículo, um Onix, com a intenção de usá-lo para locação ao Tribunal de Justiça. No entanto, ele não efetuou o pagamento, mas repassou o carro para Jailton Gonçalves de Sousa por R$ 20.000,00. Jailton, por sua vez, alegou inicialmente que desconhecia a origem ilícita do veículo, mas ao saber da fraude, conscientemente repassou o carro para Valdivino Sampaio Neto, também por R$ 20.000,00, estando ciente da ilegalidade da transferência.
Valdivino Sampaio Neto, outro envolvido no esquema, adquiriu o veículo e, em um primeiro momento, tentou criar uma versão falsa sobre os fatos, mas após contradições em seu interrogatório, revelou a verdadeira história. Valdivino ainda tentou convencer Jailton Gonçalves de Sousa a manter a versão falsa, mas ele acabou contando a verdade durante seu depoimento. O veículo foi, então, transferido de forma irregular para o nome de Ronalda Lustosa Silva Sampaio, esposa de Valdivino, que alegou não saber da origem ilícita do carro. No entanto, foi revelado que seus dados pessoais foram utilizados de forma consciente pelo marido para realizar a transferência ilegal.
Por fim, Igor Emanuelle Santos Vaz, servidor público responsável pela transferência do veículo no sistema da CIRETRAN, também foi indiciado. Ele foi acusado de prevaricação, pois realizou a transferência sem a autorização da proprietária original, alegando ter confiado em um documento falso de autorização.
Após a conclusão da investigação com o indiciamento, o inquérito foi encaminhado para o Ministério Público do Piauí para a apresentação de denúncia contra os indiciados.
Willanimy Petterson já foi condenado por outro crime
O fisioterapeuta Willanimy Petterson Guedes de Miranda e Silva e a sua esposa Mariane Araújo Cavalcante foram condenados pela juíza Valdênia Moura Marques de Sá, da 8ª Vara Criminal de Teresina, a 2 anos e 6 meses de reclusão e 2 anos de prisão, respectivamente, pelo crime de estelionato. Em alguns golpes, ele usava nomes de deputados da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi). Na sentença, dada em julho de 2024, a magistrada concedeu aos dois o direito de recorrerem da sentença em liberdade.
Preso seis vezes
Em dezembro de 2016, Willanimy Petterson foi preso acusado de aplicar golpe de mais de R$ 15 mil em duas pessoas. A prisão foi feita em uma residência situada no bairro Renascença III, na zona sudeste de Teresina.
Menos de um ano depois, em setembro de 2017, o fisioterapeuta foi preso mais uma vez acusado de aplicar golpes através das redes sociais. Ele foi preso em um hotel no Centro de Teresina. No mesmo ano, em novembro, ele foi preso novamente, daquela vez em Nazaré do Piauí, em cumprimento a mandado de prisão preventiva por estelionato.
Em 2019, ele foi detido duas vezes, em fevereiro e março, ao utilizar o nome da Assembleia Legislativa do Piauí e da Prefeitura de Teresina para aplicar golpes. Na época, quase 30 pessoas em Demerval Lobão foram vítimas do indivíduo, que prometia a locação de veículos mediante falsos contratos.
A última prisão ocorreu no dia 1º de agosto de 2023 pela Polícia Civil do Piauí, através da Diretoria de Polícia Metropolitana em conjunto com a Diretoria de Operações de Trânsito. Na ocasião, a esposa dele também foi presa.
Outras condenações
No dia 29 de maio de 2018, o juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 6ª Vara Criminal de Teresina, condenou Willanimy Petterson Guedes de Miranda e Silva a 1 ano e três meses de reclusão por estelionato.
Um ano e meio depois, em novembro de 2019, Willanimy Petterson foi condenado a três anos de prisão, em regime semiaberto, por estelionato. A sentença foi dada pelo juiz auxiliar da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, Edvaldo de Sousa Rebouças Neto.
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