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Teresina - Piauí

MP volta atrás e pede manutenção da prisão do estudante que matou casal atropelado em Teresina

A manifestação foi protocolada na tarde desta sexta-feira (17) e obtida com exclusividade pelo GP1.

O Ministério Público do Piauí, por meio do promotor Nielsen Silva Mendes Lima, voltou atrás e opinou pela manutenção da prisão do estudante João Henrique Soares Leite Bonfim, acusado de duplo homicídio qualificado contra o casal Francisco Oliveira Duarte e Laurielle da Silva Oliveira. As vítimas morreram após serem atropelados por João Henrique no dia 1º de dezembro de 2024, no cruzamento das Avenidas Nossa Senhora de Fátima e Jóquei Clube, na zona leste de Teresina.

A manifestação foi protocolada na tarde desta sexta-feira (17) e obtida com exclusividade pelo GP1. Dois dias atrás, no dia 15 de janeiro, o promotor de Justiça Régis de Moraes Marinho, respondendo temporariamente pela 13ª Procuradoria de Justiça de Teresina, havia emitido um parecer oposto. Na ocasião, ele se manifestou pela revogação da prisão preventiva e soltura do estudante, sob o argumento que a liberdade do acusado não representava “risco direto à ordem pública”.


Foto: ReproduçãoJoão Henrique Bonfim e as vítimas Laurielle da Silva Oliveira e Francisco Felipe Oliveira Duarte
João Henrique Bonfim e as vítimas Laurielle da Silva Oliveira e Francisco Felipe Oliveira Duarte

De forma divergente, o promotor Nielsen Silva Mendes refutou esse argumento. O representante ministerial ressaltou a gravidade do crime praticado pelo réu, especialmente pelo “desprezo do requerente com a segurança da coletividade”. “O desprezo pela vida do próximo e segurança da coletividade é notória, de modo que a liberdade do réu representa afronta clara e objetiva à ordem pública, porquanto causaria inequívoca intranquilidade social e sentimento de injustiça à comunidade”, diz trecho da manifestação.

O promotor também levou em consideração os vídeos que mostraram João Henrique dirigindo veículo em alta velocidade, com “arrancadas exibicionistas em vias públicas, ignorando, como fez no dia do crime em apreço, as leis de trânsito e a segurança dos transeuntes”. Para o representante ministerial, a situação é mais agravada pelo resultado laudo exame pericial realizado no dia do crime, em que foi atestado o estado de embriaguez do réu, assim como indícios de que estava sob efeito de drogas sintéticas (metanfetamina).

Além disso, em seu parecer o promotor também mencionou os relatos de que, frequentemente, o estudante participava de “rachas automotivos”. “Não à toa, já havia se envolvida em outro acidente, ocasião em que conduzia veículo sem habilitação ou permissão, tendo vitimado um motociclista, que teve que ser socorrido ao hospital. Percebe-se, portanto, que a conduta é habitual”, afirmou.

Defesa alegou problemas cardíacos

No pedido da soltura do estudante, a defesa de João Henrique Soares Leite Bonfim afirmou que ele sofre de cardiopatia, e por isso precisa de tratamento específico, que não era ofertado na unidade prisional. Já o promotor Nielsen Silva refutou a alegação, visto que não foi apresentado qualquer indicação médica ou relatório que aponte o quadro de saúde.

Sendo assim, o representante ministerial argumentou que não existem elementos necessários que justificassem a revogação da prisão preventiva.

Casal foi atropelado por veículo em alta velocidade

Laurielle da Silva Oliveira e Francisco Felipe Oliveira morreram após serem atropelados por um carro em alta velocidade. O acidente foi registrado no cruzamento da Avenida Nossa Senhora de Fátima com a Jóquei Clube, zona leste de Teresina.

Conforme denúncia do Ministério Público, João Henrique Soares conduzia um Fiat Fastback Impetus, quando colidiu contra um motocicleta Honda CG 160 Titan, em que estava o casal. Laurielle faleceu no local, enquanto Francisco chegou a ser socorrido, mas veio a óbito no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Um vídeo registrou o momento da colisão.

Estudante estava sob efeito de drogas

Ao ser abordado pelas autoridades, foi constatado que o estudante conduzia o veículo com a Carteira de Habilitação Nacional (CNH) vencida. Exames também apontaram o estado de embriaguez e o uso de droga sintética por parte do condutor.

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