Deputados da oposição criticaram a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, proferida nessa quinta-feira (16), que negou a devolução do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a decisão, Bolsonaro não poderá comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não foi convidado para o evento, que acontece no dia 20 em Washington. Sem poder ir à solenidade, o ex-presidente confirmou que a esposa, Michelle Bolsonaro, irá representá-lo. Ainda nesta sexta-feira (17), o ministro do STF negou um novo recurso da defesa de Bolsonaro, mantendo a decisão que negou a restituição do passaporte.
O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), classificou o posicionamento de Moraes como uma “perseguição política”. “Esse tipo de decisão mancha a imagem do país, que agora parece mais interessado em alimentar rivalidades internas do que em manter relações diplomáticas com uma das maiores potenciais mundiais”, declarou.
Rodrigo Valadares (União-SE), compartilhou da mesma opinião, também tecendo críticas ao atual presidente. “Estamos falando de um ex-presidente, que deveria ser tratado com respeito e que poderia reforçar laços com os Estados Unidos. Em vez disso, Lula e seus aliados preferem transformar o país em um palco de retaliações, causando mais um vexame internacional”, afirmou o deputado.
O parlamentar Rodolfo Nogueira (PL-MS), considerou que Bolsonaro teve o direito de ir e vir cerceado, mesmo quando o intuito da viagem era participar de um dos eventos mais relevantes do cenário internacional. “Isso demonstra o grau de interferência política nas instituições e expõe o Brasil ao ridículo diante do mundo. Lula, enquanto tenta construir pontes com ditadores, deixa claro que prefere desmantelar qualquer possibilidade de diálogo com aliados históricos, como os Estados Unidos. A ida de Bolsonaro aos EUA salvaria a relação diplomática entre os dois países”, reforçou Nogueira.
Apreensão do passaporte
Jair Bolsonaro teve o passaporte confiscado após investigação da PF sobre uma suposta tentativa de Estado. A corporação deflagrou a operações contra o ex-presidente e aliados, por uma suspeita de terem envolvimento no caso.
Após a decisão de Moraes, ele afirmou que o intuito da determinação é prejudicar a imagem e a posição do Brasil no cenário internacional. Por isso, o ex-presidente afirmou que ainda pretende recorrer da decisão, e continuar lutando “pela defesa da democracia e dos direitos dos brasileiros”.
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