A Polícia Civil do Piauí indiciou, no último dia 8, um grupo de dez pessoas acusadas de constituírem organização criminosa especializada em aplicar golpes em idosos, por meio de empréstimos fraudulentos, na região da cidade de Picos. Entre os indiciados estão as irmãs Karla Esthefany Soares de Sousa e Marta Michelle Soares de Sousa, que já são rés por estelionato em outro processo.
A investigação foi conduzida pelo delegado Guilherme Tavares Escobar Morgado, da Diretoria de Polícia do Interior, que indiciou, além de Karla Esthefany Soares e Marta Michelle Soares: Ruan Pablo de Sousa Montanha, Janaína Gomes Barbosa, Daniel Félix Nunes Soares, Jessiane Pinheiro da Silva, Vagner Mendes dos Santos, Nielson de Oliveira Chambarelli Júnior, Enzo Gabriel Borba da Silva e Joyce Costa Garofa.
Segundo o relatório do inquérito policial, ao qual o GP1 obteve acesso, a investigação se deu com base em uma série de Boletins de Ocorrência que faziam menção a Karla Esthefany.
Baseada em denúncias registradas em seis Boletins de Ocorrência, a polícia analisou toda a documentação dos empréstimos fraudulentos repassadas pelas vítimas e, perante os elementos obtidos, foi possível desvendar a estrutura da organização criminosa.
Relatos das vítimas
Os Boletins de Ocorrência que basearam o inquérito foram registrados por idosos aposentados/pensionistas, que, em depoimento às autoridades, relatara o mesmo modus operandi da organização criminosa. Todas as vítimas eram abordadas quando estavam sozinhas em casa, o que demonstra que os acusados se aproveitavam da situação de vulnerabilidade para efetivar os golpes.
Ainda de acordo com os depoimentos, em algumas ocasiões o grupo oferecia empréstimos e em outras pedia os dados bancários das vítimas afirmando que iriam liberar um benefício do Governo Federal, que não traria nenhum ônus.
Os golpes aplicados nessas vítimas ultrapassam o valor de R$ 33 mil.
Como funcionava o esquema
Os investigadores identificaram que a organização criminosa era dividida em dois núcleos:
Karla Esthefany Soares, Marta Michelle Soares e Janaína Gomes Barbosa – de acordo com a Polícia Civil, eram as responsáveis por abordar os aposentados e pensionistas em suas residências para oferecerem os empréstimos fraudulentos, com isso teriam acesso aos documentos pessoais das vítimas. De posse desses dados, realizavam as transações financeiras irregulares. As três também eram beneficiárias das transferências bancárias.
Daniel Felix Nunes Soares, Joyce Costa Garofa, Jessiane Pinheiro da Silva, Nielson de Oliveira Chambarelle Júnior, Vagner Mendes dos Santos e Ruan Pablo de Sousa Montanha – segundo a investigação, eram os proprietários das contas bancárias que recebiam os valores desviados dos aposentados e pensionistas, ou seja, beneficiários dos empréstimos fraudulentos.
Ainda conforme o inquérito, Ruan Pablo de Sousa em algumas situações era o responsável pelo transporte de Marta Michelle até a casa dos aposentados, apesar de não ter acesso direto às vítimas.
Indiciamento
Diante das provas obtidas e dos depoimentos das vítimas, o delegado Guilherme Tavares concluiu o inquérito indiciando os dez acusados pelos crimes de estelionato e organização criminosa.
“No presente caso, foi possível identificar dez indivíduos que integram a organização criminosa. A reunião desses indivíduos é estável e permanente, tendo em vista a reiteração das transações financeiras e organização para angariar clientes (vítimas). O escopo da organização é a realização de empréstimos fraudulentos contra pessoas idosas, caracterizando estelionato”, concluiu o delegado.
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