A Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e a Comissão Provisória do MDB de Aroeiras do Itaim ingressaram com Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) na 10ª Zona Eleitoral de Picos, na última terça-feira (20), contra o empresário Francisco Marciano Macêdo (PSD), candidato a prefeito de Aroeiras do Itaim, acusado de compra de votos.
Conforme a denúncia, a irmã e coordenadora da campanha política do candidato Marciano Macêdo, Maria Marli Alves Macêdo, deixou cair um caderno de anotações enquanto transitava na Avenida Isabel Carvalho, em Picos. O caderno foi encontrado por uma criança, que imediatamente o repassou ao ser genitor, que por sua vez o entregou ao coodenador da campanha do candidato a prefeito Wesley de Deus.
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Segundo a ação judicial, o conteúdo do caderno indica a possibilidade da existência de abuso de poder econômico em pleito eleitoral, diante das anotações detalhadas que denotam possíveis compras de votos, pagamentos de boletos e faturas, permuta de votos por procedimentos cirúrgicos e óculos, entre outras coisas.
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Diante do caso, denotou-se a necessidade de investigação eleitoral, para constatar possíveis irregularidades e consequente responsabilização do então candidato, em respeito à higidez do processo eleitoral.
Provas
O caderno apresentado como prova pelos denunciantes contém o nome de Maria Marli Alves Macêdo, por escrito, e os nomes de pessoas indicando ao lado a quantidade de votos e o pagamento a ser realizado.
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Em outra folha do caderno constam os nomes de outras pessoas e o seguinte texto “ver c/ Marciano” onde estão alguns assuntos, entre eles, “cirurgia pessoa de Julia – OK”.
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“A propriedade do caderno pode ser comprovada, pois, ao sentir falta deste, a senhora Marli procurou um dos coordenadores de campanha do candidato Wesley de Deus, para indagar acerca do paradeiro do objeto (por já ter ouvido sobre a referida descoberta)”, diz trecho da denúncia.

Proprietária foi atrás do caderno
Em uma conversa com uma pessoa de nome Manin, através do aplicativo WhatsApp, Maria Marli questiona se ele sabia com quem estava o caderno. Após seu interlocutor responder que não estava sabendo de objeto, Marli diz que vai ligar para o candidato Wesley, porque teve a informação de que o caderno estava no escritório.
Na conversa, ela diz ainda que vai investigar para saber quem pegou o caderno e garantiu que o objeto não foi perdido. “Ressalte-se ainda que os fatos podem ser corroborados pelo elevado patrimônio do requerido, evidentemente superior ao do outro candidato que disputa o pleito eleitoral, propiciando o abuso do poder econômico e a compra de votos, conforme ora demonstrado. Trata-se de empresário milionário, que conforme declarado por si próprio, possui um patrimônio equivalente à R$ 2.788.915,24”, diz trecho da denúncia.
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Os denunciantes alegaram que há elementos robustos que demonstram que o candidato utilizou-se de sua condição econômica para influenciar o resultado do pleito, mediante a compra de votos, prática que configura, indubitavelmente, abuso de poder econômico.
Pedidos
Foi pedida a concessão de medida liminar para declarar a inelegibilidade do candidato Francisco Marciano Macêdo e ao final que seja julgada procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral, com a consequente cassação do registro de candidatura ou diploma do investigado, bem como a imposição das penalidades previstas em lei, especialmente a inelegibilidade por 8 anos.
Outro lado
Procurado pelo GP1, nesta sexta-feira (23), o candidato Marciano Macêdo não foi localizado. O espaço está aberto para esclarecimentos.
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