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Teresina - Piauí

Promotor critica decisão da Justiça e pede prisão de empresário que matou esposa em Teresina

O pedido foi feito pelo promotor Régis Marinho, em 2 de fevereiro, após a soltura do empresário.

O Ministério Público do Estado do Piauí, através do promotor Régis de Moraes Marinho, criticou a soltura de Eliesio Marinho da Silva acusado de matar a esposa Kamila Carvalho do Nascimento com um tiro na cabeça em outubro de 2023, em Teresina, e pediu a prisão preventiva do empresário.

No pedido, o membro do Ministério Público ressaltou que o órgão não foi ouvido sobre a soltura do empresário. "Em 25 de janeiro de 2024, o Douto Juízo da Vara da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina-PI, sem oportunizar manifestação a este Órgão de Acusação, bem ainda sem que tenha sido protocolado pedido de revogação pela Defesa do denunciado, converteu em medidas cautelares a prisão preventiva de Eliesio Marinho da Silva", criticou.


Foto: Alef Leão/GP1Eliesio Marinho da Silva
Eliesio Marinho da Silva

Elesio estava preso desde o dia 23 de outubro, mas foi solto neste mês de janeiro após decisão do juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, que concedeu liberdade mediante aplicação de medidas cautelares.

Para o promotor, as medidas cautelares impostas se mostram insuficientes para a garantia da ordem pública, da aplicação da lei penal e da conveniência da instrução processual e pena, sendo necessária a decretação da prisão preventiva.

“Imperioso mencionar que os elementos probatórios até agora colhidos demonstram de forma cristalina que o representado cometeu os crimes a ele imputados, conforme apontado pelas testemunhas, bem como apontam os demais elementos probatórios juntados até o momento ao inquérito policial”, ressaltou Régis Marinho.

O promotor solicitou então, no dia 2 de fevereiro, a decretação da prisão preventiva de Eliésio Marinho.

Empresário denunciado

No dia 19 de janeiro, o Ministério Público do Estado do Piauí, por meio do promotor Regis de Moraes Marinho, denunciou Eliesio Marinho da Silva pelos crimes de feminicídio triplamente qualificado contra sua esposa, Kamila Carvalho, fraude processual e posse ilegal de arma de fogo.

Indiciamento

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) indiciou Eliesio Marinho pelos crimes de fraude processual e feminicídio no dia 29 de dezembro de 2023. A delegada Nathália Figueiredo, titular do Núcleo de Feminicídios do DHPP, explicou que a perícia constatou que ocorreram alterações na cena do crime e que não havia a possibilidade de a vítima ter efetuado o tiro contra ela mesma, como alegou o empresário.

Foto: Reprodução/Redes sociaisKamila Carvalho
Kamila Carvalho

“Foi indiciado por homicídio com qualificadora de feminicídio, com causa de aumento, por ter sido o crime praticado na presença de menor de 14 anos, a filha do casal. Alguns pontos foram encontrados pela perícia, por exemplo, a faca, nas condições em que foi encontrada, jamais a vítima estaria empunhando a faca no momento em que teria atirado em si própria, porque era incompatível, tudo indica que ela foi colocada após a morte da vítima”, pontuou Nathália Figueiredo.

Ainda conforme a delegada Nathália Figueiredo, o exame também não apontou vestígios de pólvora na mão de Kamila. “O exame residuográfico também deu negativo e a perita realizou um teste. Ela fez um único disparo com essa arma que deixou vestígio de pólvora, então se a vítima tivesse atirado em si própria teria vestígio na mão dela”, relatou.

Outro ponto refutado pela perícia foi o fato de que o tiro teria sido disparado a uma curta distância. “Ele alegou que [o tiro] foi a curta distância, mas foi constatado que foi à longa distância e ele mesmo disse que na casa só havia ele, a companheira e a filha do casal”, afirmou Nathália Figueiredo.

Relembre o caso

Kamila Carvalho do Nascimento, de 22 anos, foi encontrada morta, com um disparo de arma de fogo na cabeça, na madrugada de 20 de outubro de 2023, dentro da casa onde morava com o marido e a filha de 2 anos, no bairro Aeroporto, na zona norte de Teresina.

O marido de Kamila, que é corretor de veículos, acionou um advogado e deixou a residência antes da chegada do DHPP. A mulher foi encontrada nua em um dos quartos do imóvel, segurando uma faca, mas os indícios apontam que ela foi morta com um disparo de arma de fogo na cabeça.

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