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Teresina - Piauí

Policiais civis fazem manifestação em frente à Alepi por aumento salarial

“Nós, agentes e escrivães, estamos há 12 anos sem ter um aumento salarial", disse Isaac Vilarinho.

O Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (SINPOLPI), juntamente com o presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (COBRAPOL), Adriano Bandeira, realizaram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (18) em frente à Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), em reivindicação pela valorização salarial e melhores condições de trabalho no estado do Piauí.

Em entrevista ao GP1, o presidente do SINPOLPI, Isaac Vilarinho, afirmou que nos últimos 12 anos agentes e escrivães estão sem receber aumento salarial, evidenciando a desvalorização da categoria. “Nós, policiais civis, agentes e escrivães, temos o pior salário do Brasil. Nós estamos há 12 anos sem ter um aumento salarial, reajuste é diferente, mas aumento salarial mesmo nós estamos há 12 anos sem ter”, pontuou.


Foto: Lucas Dias/GP1Presidente do SINPOLPI, Isaac Vilarinho
Presidente do SINPOLPI, Isaac Vilarinho

Outra demanda do SINPOLPI diz respeito às condições das delegacias em todo o estado do Piauí. Segundo Isaac Vilarinho, em grande parte das unidades policiais não há estrutura adequada para policiais femininas.

“Hoje, 90% das unidades policiais não têm alojamento feminino, não tem banheiro feminino. E nós cobramos que o Estado possa sair desse estado de coisas inconstitucionais. Hoje, os agentes e escrivães são forçados a dirigir viatura caracterizada sem o devido curso, somos forçados a exercer as funções de outro cargo para o qual não tivemos a devida investidura. Muitas vezes, o agente e escrivão sozinhos fazem todo o procedimento em uma delegacia de polícia, contrariando todo o Código de Processo Penal”, ressaltou o presidente do SINPOLPI, Isaac Vilarinho.

Foto: Lucas Dias/GP1Manifestação do SINPOLPI em frente a ALEPI
Manifestação do SINPOLPI em frente a ALEPI

Negociações

Ainda de acordo com Isaac Vilarinho, as negociações acerca da principal demanda da categoria, que diz respeito à pauta salarial, estão paralisadas. Conforme o presidente do SINPOLPI, o Governo do Estado apenas incorporou uma verba que já era percebida pelos policiais e que, na prática, não representou evolução na remuneração de agentes e escrivães.

“Em 2023, assim que nós assumimos, em outubro, nós conversamos com o secretário Francisco Lucas. Mas desde maio de 2023, com a gestão passada [do Sinpolpi], nós estamos tentando um entendimento com o Governo do Estado que, infelizmente, mandou uma proposta sem o aval dos policiais civis. A proposta que o Governo enviou não contempla os agentes e escrivães, por isso, nós estamos continuando nosso movimento Polícia Legal. E por que não houve aumento salarial? Ele [Governo] simplesmente incorporou uma verba que nós já tínhamos e só isso. Ou seja, qual foi o aumento? Nenhum. Então o Governo quer passar a ideia que houve aumento, mas ele incorporou algo que nós já tínhamos, então não vai mudar nada financeiramente”, finalizou o presidente do Sinpolpi, Isaac Vilarinho.

Confederação Brasileira dos Policiais Civis apoia movimento Polícia Legal

O presidente da Confederação Brasileira dos Policiais Civis (COBRAPOL), Adriano Bandeira, ressaltou que a confederação se juntou ao SINPOLPI e está buscando estabelecer um diálogo com o Governo do Estado, a fim de que os policiais tenham suas pautas atendida e a sociedade não seja penalizada.

Foto: Lucas Dias/GP1Presidente da COBRAPOL, Adriano Bandeira
Presidente da COBRAPOL, Adriano Bandeira

“A gente veio de Brasília, quando teve a notícia de que um delegado de polícia, que coordena o DENARC, deu de voz de prisão aos policiais que estavam se manifestando sobre a coordenação do Sindicato dos Policiais Civis. Nós representamos mais de 70 mil policiais civis no Brasil e a gente nunca viu uma atitude arbitrária, antidemocrática, inconstitucional como essa que a gente teve a notícia no DENARC. Então, de imediato, a gente saiu de Brasília, veio para o estado do Piauí e aqui a gente se somou. Primeiro, para que o sindicato ingressasse com ação judicial e garantisse que a perseguição posterior a esse ato arbitrário não lograsse êxito, que foi a tentativa de transferência dos policiais do DENARC para outras unidades. O mandado saiu, agradeço a Justiça do estado do Piauí, e os colegas foram reconhecidos e permaneceram com a sua lotação no DENARC. Criou-se um estresse, porque ninguém vive sob arbitrariedade. E aqui também a gente presenciou e somou ao Sindicato dos Policiais Civis para abrimos uma agenda com o Governo do Estado, onde comunicamos ao secretário Chico Lucas que o movimento Polícia Legal vai permanecer, comunicamos a ele a importância do diálogo para que a sociedade do Piauí não seja penalizada”, destacou Adriano Bandeira.

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