O juiz Francisco João Damasceno, da Vara Núcleo de Plantão de Teresina, converteu em preventiva a prisão em flagrante do advogado George Moreira Tajra Melo, acusado de esfaquear o policial civil Jorge Filho em um condomínio no bairro Cristo Rei, na zona sul de Teresina, na noite desse sábado (14). A decisão foi dada neste domingo (15). Além do advogado, uma mulher identificada como Marisa Marques também foi presa acusada de favorecimento pessoal e desobediência, mas foi solta depois após pagamento de fiança de R$ 10 mil.
Conforme o magistrado nos autos, a autoridade policial representou pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, e o Ministério Público acompanhou esse pedido também opinando pela mesma medida. A decisão do juiz destacou que todos os requisitos formais do auto de prisão em flagrante foram cumpridos e que havia indícios de materialidade e autoria suficientes. Além disso, foi apontado o risco à ordem pública pela gravidade do delito e pela forma que o acusado agiu, demonstrando alta periculosidade do acusado.
Ainda na análise do juiz, medidas cautelares alternativas seriam insuficientes para o caso. Foi determinado também que o acusado, por ser advogado, tenha seu recolhimento em sala de Estado-Maior, conforme o Estatuto da Advocacia.
DHPP vai investigar o caso
O delegado Barêtta, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, revelou em entrevista ao GP1 na manhã deste domingo (15) que o DHPP irá assumir as investigações da tentativa de assassinato envolvendo o advogado George Moreira Tajra Melo. Barêtta comentou que não há dúvidas de que o advogado teve a vontade de matar o policial e detalhou como foram os primeiros atendimentos feitos pela equipe do DHPP ainda no local do crime.
"Pelas lesões, não há dúvida de que o agressor tinha consciência e vontade de matar o policial. Nosso plantão especial de atendimento a local de crime fez todos os procedimentos investigatórios preliminares, requisição de perícia e entrevista com testemunhas. O indivíduo fugiu do local, mas foi preso em flagrante e encaminhado para a central. O delegado-geral então determinou que o caso fosse transferido para o DHPP em caráter especial, porque tentativa de homicídio não é atribuição nossa, só homicídio consumado. Nós vamos receber o flagrante da central e assumir a investigação por inteira, porque, aliás, nós já assumimos desde o início no local do crime", afirmou Barêtta.
Entenda o caso
O delegado explicou que a ocorrência iniciou com um caso de violência doméstica envolvendo o advogado e a companheira, no apartamento do casal. As agressões foram interrompidas pela irmã da vítima, que ameaçou chamar a polícia, momento em que o agressor desceu, pegou seu carro e avançou contra o veículo da cunhada dentro do condomínio.
“No atendimento inicial os policiais já entrevistaram várias testemunhas oculares, que presenciaram desde o início do fato, quando ele começou a agressão dentro de casa. A companheira pediu socorro, então chegou uma cunhada dele [advogado] e ela falou que ia chamar a polícia. Nesse momento, em vez de parar, ele desceu, pegou o carro e bateu no carro da mulher para amassar o veículo dela, provocando vários danos”, disse o delegado.
Policial civil foi chamado para intervir
“Nesse momento o síndico do prédio desceu e encontrou o policial civil, que estava na área comum, e pediu para que ele intervisse nesse caso de violência doméstica. Durante esse acordo, em um momento de descuido do policial civil, ele [advogado] simplesmente pegou uma faca e o esfaqueou com três perfurações no pescoço”, revelou o delegado.
Agente passou por cirurgia no HUT
Barêtta também revelou que o estado de saúde do agente de polícia Jorge Filho é estável. “Segundo informações dos policiais que estiveram no HUT, ele passou por intervenção cirúrgica e está estável”, finalizou.
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