O juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, negou o pedido de revogação de prisão de Ivan Costa Ferreira, acusado de ser um dos comandantes do Tribunal de Crime, responsável por mandar executar as vítimas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC – em Teresina. A decisão foi dada no último dia 1º de dezembro de 2023.
Nos autos, o magistrado destacou que existem provas de que o réu integra o PCC e que, com base nos dados coletados durante a investigação, foi apontado que Ivan Costa ocupava a função de liderança.
“No caso, há nos autos elementos de prova que demonstram que o requerente integra a organização criminosa PCC. Da análise dos dados coletados, indica-se que o acusado integrava a intitulada “liderança negativa” da referida facção, sendo conhecido da polícia, vez que já possui diversos processos criminais por roubo, tráfico de drogas e receptação”, argumentou o juiz.
Alvo na Operação DRACO 39
Ivan Costa Ferreira foi preso durante a Operação DRACO 39 junto com Bruno Henrique Vieira Barros (chefe de disciplina da facção), Silvestre Araújo da Cunha e Elivan Gomes de Sousa. Todos são réus pelos crimes de promoção, constituição, financiamento ou integração de Organização Criminosa.
Os alvos tiveram as prisões preventivas decretadas no dia 2 de agosto de 2023, após o DRACO apontar que os suspeitos integram a organização criminosa, que possui organograma dividido nos seguintes níveis: Sintonia, Jet, Disciplina, Salveiro, Cadastreiro, Gaiola, Condutor da Rifa, Jogo do Bicho, Geral do Progresso, Caixa da Unidade, Setor da Cebola, Jurídico ou Geral dos Gravatas, Geral das Trancas, Condutor da 100%, Condutor do Bob, Condutor do Halloween e Geral Fora do Ar.
Os chamados "Tribunais do Crime" foram estabelecidos no início dos anos 2000 por Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, considerado o líder máximo do PCC. Ele criou o setor de "disciplinas" dentro da facção, onde indivíduos são responsáveis por garantir a conformidade com as regras do PCC e aplicar punições quando necessário. No entanto, segundo a "regra", é necessário um julgamento conduzido por criminosos de alto escalão da facção para que as sentenças sejam proferidas.
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