Brunno Suênio
Raisa Brito
Uma equipe do DHPP, sob a coordenação do delegado Bruno Ursulino, prendeu o engenheiro e dono da Fazenda Lua, Venerando José Bichão Cocentino, de 70 anos, na manhã desta sexta-feira (15). O fazendeiro, que foi preso em um apartamento no bairro Jóquei, zona leste da Capital, é acusado de participar de um duplo homicídio no mês de julho deste ano, nas proximidades de sua propriedade rural.
De acordo com o delegado Bruno Ursulino, o caseiro da Fazenda Lua, identificado como Adriano José do Nascimento, foi o executor dos disparos que mataram João Vitor de Sousa Rodrigues, de 20 anos, e Márcio Fernando de Sousa, de 30 anos, no dia 7 de julho deste ano. Já o engenheiro, segundo o DHPP, estava conduzindo o veículo utilizado para perseguir a dupla.
“O que a gente sabe, através da investigação, é que o empregado dele, que era quem cuidava da fazenda, se utilizando de um veículo que ficava à disposição da fazenda, perseguiu as duas vítimas e de posse de duas armas, uma arma curta, possivelmente uma pistola de calibre 380 e um rifle .44, acabou efetuando diversos disparos", detalhou a autoridade policial.
Requintes de crueldade
Bruno Ursulino enfatizou que Adriano José assassinou as duas pessoas com requintes de crueldade, com o propósito de transmitir uma mensagem.
"O que nos chama atenção é a forma como houve a localização desses disparos, a gente percebe que, primeiramente, houve os disparos nas mãos e depois em regiões mais vitais, o que demonstra que até no ato de matar houve esse requinte de crueldade, como a intenção de passar uma mensagem, pois as vítimas tinham passagens por furtos, arrombamentos, lá na região. Então, acreditamos que, possivelmente, isso tenha sido a motivação desse crime. O conduzido hoje é proprietário da fazenda e tudo indica que ele está diretamente envolvido lá no local", frisou o delegado.
Caseiro é acusado de estupro
O delegado Bruno Ursulino destacou que o outro suspeito, o caseiro Adriano José, já era procurado pela polícia, pelo crime de estupro. Diante disso, o engenheiro pode responder por um segundo crime, o de favorecimento pessoal.
“Hoje, está sendo dado cumprimento ao mandado de prisão temporária dele, existe um mandado de prisão temporária contra o outro suspeito também, que está nesse momento foragido e gente agora vai continuar trabalhando na intenção de encontrar ele, sendo que esse outro suspeito, que era caseiro dele, já tinha um mandado de prisão em aberto pelo crime de estupro lá no estado de Pernambuco. Tudo indica então que o proprietário estava acobertando ele lá, porque, de acordo com os depoimentos que colhemos na região, todo mundo sabia que aquele rapaz estava foragido e que ele tinha um problema com a justiça, então não adianta o proprietário vir aqui e dizer que não sabia. A gente já tem prova suficiente para dizer isso aqui, que ele sabia. Então isso já é outro crime que ele tá cometendo, que é o de favorecimento pessoal”, destacou Bruno Ursulino.
Defesa
Com o cumprimento da prisão temporária, que tem o prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período, Venerando José Bichão Cocentino agora está à disposição da Justiça. Ele chegou à sede do DHPP acompanhado de seu advogado e de sua esposa, que também é advogada. A Polícia Civil agora aguarda a declaração do engenheiro, uma vez que, em outra ocasião, meses atrás, ele optou por permanecer em silêncio quando intimado.
"Ele terá a oportunidade de falar novamente, caso queira dizer algo. O advogado dele chegou agora, assim como a esposa dele, que também é advogada. Como eu disse a ele, 'como o senhor está assistido, de acordo com a orientação do seu advogado, sua declaração será feita aqui'", finalizou o delegado Bruno Ursulino.
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