O desembargador Agrimar Rodrigues de Araújo tomou posse no Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) nesta sexta-feira (02), durante posse solene, realizada no Plenário do Palácio da Justiça. Agrimar Rodrigues ocupa a vaga destinada ao Quinto Constitucional da Advocacia deixada pelo desembargador Francisco Antônio Paes Landim, em razão de sua aposentadoria.
Antes da solenidade, o desembargador concedeu entrevista à imprensa, na sala das Câmaras Reunidas, e destacou a expectativa de superar o trabalho realizado por Paes Landim, com base em sua experiência de 31 anos de advocacia. Além disso, o novo membro do tribunal mencionou as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o esforço em julgar um número maior de ações, bem como a necessidade de agilizar o tempo de tramitação dos processos.
"A expectativa é superar o trabalho realizado pelo desembargador Landim, reconhecido como um grande jurista. Com nossa experiência de trinta e um anos de advocacia, faremos tudo para garantir a continuidade do serviço e até mesmo superar as metas estabelecidas pelo CNJ. É clichê dizer que o Quinto Constitucional veio para oxigenar os tribunais de justiça. Na minha opinião, a importância dos representantes do quinto é trazer uma visão multifocal e experiências diversas, diferentes daquelas originárias da magistratura. Essa é a finalidade e o propósito da composição dos representantes do quinto nos tribunais. O CNJ espera que julguemos mais ações do que aquelas que são propostas. Existe um número específico, monitorado pelo CNJ, que corresponde aos processos que não devem permanecer mais de cem dias em nossos gabinetes. Infelizmente, temos uma estrutura que não atende a essa exigência do CNJ, mas estamos trabalhando para superá-la e melhorar nosso desempenho. Para isso, estamos adotando certas medidas, como a implementação de softwares de gestão de gabinetes e buscando apoio para capacitar nossos assessores no interior do estado", disse o desembargador.
"A estrutura dos gabinetes é menor do que a dos tribunais, e isso é reconhecido pelo próprio tribunal. No entanto, nos últimos tempos, tem havido evolução nesse aspecto, como a criação de cargos de assessores dos juízes, que podem ser tanto concursados como indicados pelo próprio juiz em caso de cargos comissionados. Esse progresso tem sido observado especialmente nos magistrados do interior, e como alguém que advogou principalmente nessa região durante trinta e um anos, posso reconhecer essa realidade", ressaltou Agrimar.
Agrimar Rodrigues também comentou a importância de parcerias entre a polícia e o judiciário e citou a colaboração entre o Tribunal de Justiça e a Secretaria de Segurança Pública, como a criação de Centrais de Flagrante no interior.
“Procurar culpados não é uma abordagem eficaz. A polícia e a justiça devem desempenhar seus respectivos papéis. É compreensível que, diante da falibilidade humana, possam ocorrer situações que deixem a desejar e mereçam críticas. Não há perfeição em nenhum lugar, nem na polícia nem no judiciário. Em vez de buscar culpados, acredito que devemos estabelecer parcerias, como estamos observando com o novo governo, que está trabalhando em conjunto com o Tribunal de Justiça e a Secretaria de Segurança para criar ferramentas. Está sendo anunciada, por exemplo, a implementação de centrais de flagrante no interior, algo que antes só existia na capital. Esse é o caminho a ser seguido, unir esforços para resolver o problema, em vez de apontar dedos e buscar culpados”, declarou o novo desembargador do Tribunal de Justiça.
Presidente da OAB-PI
O presidente da OAB do Piauí, Celso Barros, destacou que tem confiança de que Agrimar Rodrigues irá desempenhar a função com competência e serenidade, baseado em sua trajetória de mais de 30 anos de advocacia.
“A perspectiva é que o Agrimar desempenhe sua função de modo competente e sereno. Temos confiança nisso devido à sua trajetória como advogado, com mais de 30 anos de experiência em todo o território do Piauí, especialmente na região de Picos e em vários municípios. Ele também atuou no judiciário como Juiz Eleitoral por quatro anos. Temos convicção de que ele continuará sua jornada como juiz, agora na função de desembargador, aproveitando a vasta experiência que adquiriu durante sua carreira como advogado. Certamente, ele desempenhará essa nova função de maneira exemplar”, pontuou o presidente da OAB.
Posse administrativa
Em abril deste ano, Agrimar Rodrigues já tinha tomado posse, administrativamente no órgão. Na ocasião, ele reforçou sua missão dentro do Poder Judiciário piauiense, visando contribuir para os avanços na Justiça e destacou que pretende contribuir com a modernização do judiciário piauiense, como, por exemplo, a melhoria de trâmites e expedição de situações administrativas.
Perfil
Agrimar Rodrigues de Araújo é natural de Picos, graduado em Direito e foi advogado militante por mais de 30 anos. Especialista em Direito Processual, foi juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI) e também ocupou o cargo de presidente da Subseção de Picos e Conselheiro Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Piauí.
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