Thais Guimarães
Wanessa Gommes
O gestor operacional da empresa Dínamo, prestadora de serviços para a concessionária Equatorial Piauí, Jorcerlyn França, ingressou no dia 7 de março deste ano, na 8ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, com queixa-crime por calúnia e difamação contra o empresário Vinicius Teixeira, dono da loja Rei do iPhone, e Rafael Santos Amorim.
Segundo a petição, no dia 07 de setembro de 2022 Jorcerlyn foi surpreendido pelo seu chefe com um printscreen da rede social Instagram, onde Vinícius Teixeira compartilhou no story do perfil de sua empresa uma mensagem que teria recebido de Rafael Santos Amorim, com o seguinte teor: “Meu amigo, o responsável por isso se chama Jorcerlyn França, trabalho prestando serviço para equatorial através da Dínamo Engenharia. Ele orienta os eletricistas a fraudar os medidores de clientes para conseguir atingir metas e ganhar um $ por fora. Afirmo isso por [sic] era lá de dentro. Equatorial está cheia de bandidos!”.
Ainda segundo a mensagem, Vinícius respondeu: “meu Deus que país, estado nós vivemos hoje é triste saber disso depôs de tudo que passei”.
De acordo com Jorcerlyn, a resposta de Vinicius foi referência ao fato de no dia anterior ter ocorrido uma operação de rotina realizada pela Dínamo, prestadora de serviços da Equatorial Energia, acompanhada pela Perícia Técnica da Polícia Civil para verificar possível irregularidades na medição de energia na loja Rei do iPhone, ocasião em que, após constatada irregularidade, Vinícius foi encaminhado à delegacia, tendo sido liberado em seguida.
“Na sequência, Vinícius faz acusações contra o querelante, às empresas Dínamo e Equatorial, concluindo por chamar o querelante de bandido e sugerindo que fosse aberto uma investigação sobre os fatos expostos”, diz trecho da queixa-crime.
Por fim, Jorcerlyn França informou que no dia 8 de setembro se dirigiu até a delegacia para registrar um boletim de ocorrência expondo o que ocorreu. “Diante de tamanho constrangimento dentro de seu local de trabalho e exposição pública nas redes sociais e para proteger sua honra e imagem de bom empregado e homem bom perante a sociedade, o querelante não teve alternativa senão entrar com a presente ação”, diz trecho da petição.
Pedidos
Jorcerlyn França pediu a procedência do pedido, com a consequente condenação dos denunciados nas penas dos artigos 138, 139 e 141, III, do Código Penal, a fixação do valor mínimo para a reparação dos danos causados, a condenação dos denunciados para que realizem retratação escrita e pública divulgada nas redes sociais.
Furto de energia
O empresário Vinicius Teixeira, proprietário do Rei do iPhone, foi preso no dia 5 de setembro de 2022, acusado de furto de energia. Ele foi preso no prédio da empresa, localizado no Edifício Poty Premier, na Avenida Raul Lopes, zona leste de Teresina. Ele ja havia sido preso outras duas vezes pelo mesmo crime.
De acordo com informações da polícia, o empresário foi preso durante fiscalização que constatou fraude no medidor da Equatorial Piauí. Em agosto, equipes da concessionária de energia já haviam encontrado indícios de irregularidade no mesmo local.
Operação Interditados
Vinicius Teixeira foi preso novamente em flagrante pela Polícia Civil durante a Operação Interditados deflagrada no dia 2 de março deste ano. Na ocasião, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em três endereços ligados ao empresário, dentre eles a loja Rei do iPhone, que foi interditada, e uma segunda loja, a Só Notebook Assistência Técnica, na Avenida Campos Sales, centro de Teresina.
Na casa do empresário, os policiais encontraram munições de pistola calibre .9mm e em razão disso ele acabou sendo preso em flagrante por posse ilegal de munição. A Justiça determinou ainda a interdição da loja Rei do iPhone, que foi fechada por tempo indeterminado.
Outro lado
Procurado pelo GP1 na tarde desta terça-feira (14), o empresário Vinícius Teixeira disse que apenas relatou que não foram encontrados indícios de furto de energia no medidor de sua loja, e que não sabe a razão de estar sendo processado. “A Equatorial foi na minha loja, por uma possível fraude de energia, adulteração. Então, no relógio não foi encontrada nenhuma avaria, abriram, tiraram meu relógio, tiraram a fiação, conferiram tudo, não foi encontrado nenhuma avaria no medidor. Então chamaram a perícia terceirizada para poder assinar o laudo dizendo que tinha fraude, porque a própria Equatorial não conseguiu detectar avaria. E quando a Equatorial faz isso, chama a terceirizada, a gente também tem direito a uma perícia. E eles não me deram esse direito, então deu no que deu, não sei porque esse rapaz está se doendo tanto”, declarou.
Quanto a Rafael Santos Amorim, ele afirmou que vai se manifestar apenas nos autos do processo.
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