O médico psiquiatra Eurivan Sales Ribeiro, de 78 anos, foi indiciado pela Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher por violação sexual mediante fraude, crime tipificado no art. 215, do Código Penal, acusado de constranger suas pacientes com perguntas invasivas sobre a vida sexual.
O relatório conclusivo da investigação policial, de autoria da delegada Tânia Gonçalves de Miranda, foi remetido à Justiça na última sexta-feira (10) e relata que o médico ignorava os problemas psicológicos relatados pelas vítimas e insistia nas indagações, mudando de assunto para iniciar questionamento a respeito da vida sexual, perguntando se estas possuíam parceiros e como era a relação sexual com eles.
Os relatos apontam que durante a consulta o médico pegava em suas mãos e logo em seguida iniciava as perguntas invasivas, tendo as vítimas percebido posteriormente que se tratavam de carícias feitas pelo mesmo. Uma das pacientes afirmou que o médico apalpou o seu seio e esta percebeu que ele estava com o pênis ereto ao se afastar.
No total, oito vítimas formalizaram a denúncia e foram ouvidas no decorrer da investigação.
O inquérito policial foi distribuído à Central de Inquéritos da Comarca de Teresina e deverá ser enviado ao Ministério Público, encarregado de exercer a ação penal pública.
O Código Penal prevê pena de reclusão, de 2 a 6 anos, para o crime de violação sexual mediante fraude.
GP1 denunciou o caso
As denúncias contra o médico vieram à tona após reportagem do GP1 publicada ainda em 2021 com relatos de mulheres que afirmaram ter sido vítimas do psiquiatra dentro do consultório. Já no dia 04 de maio de 2022, uma delegada aposentada da Polícia Civil do Maranhão registrou Boletim de Ocorrência contra o médico, o denunciando por assédio sexual.
Posteriormente, mais uma ex-paciente revelou também ter sido vítima do médico. Em entrevista à nossa reportagem, a mulher, que é servidora pública contou detalhes de uma consulta que teve com o especialista em 2019, quando teria sido assediada por ele.
Outro lado
Procurada na manhã desta segunda-feira (13) a advogada do médico, Lívia Veríssimo, informou que não foi notificada sobre a conclusão do inquérito e que se manifestará posteriormente.
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