A população do bairro Santa Bárbara se reuniu nesta quinta-feira (09) e realizou uma manifestação cobrando por mais segurança e justiça pelo assassinato do jovem estudante Marcos Vinícius da Costa Barros, de apenas 17 anos, que foi morto a tiros dentro de uma escola no último dia 6 de novembro. O protesto foi realizado no cruzamento da Rua Nicanor Barreto com a Rua Promotor José Meton Filho, onde os moradores bloquearam as vias queimando pneus.
Em conversa com o GP1, a mãe de Marcos Vinícius, Maria das Graças Pereira da Costa, contou que o jovem só queria realizar seus sonhos pessoais e tinha uma rotina estritamente voltada para seu primeiro emprego e sua casa.
“Meu filho começou a trabalhar recentemente. Ele tinha um sonho a ser realizado. Infelizmente, ele nem começou a viver seu sonho e sua vida foi tirada. Ele trabalhava com higienização e limpeza. Estava nesse emprego há alguns meses, ainda não havia completado um ano. Sua rotina era acordar, ir para o trabalho e estudar. Quando tinha tempo, ficava em casa. Ele sempre acordava cedo para ir trabalhar, inclusive aos domingos. Trabalhava de manhã e à tarde, e à noite ia para a escola. Ele mal tinha tempo para descansar. Chegava em casa, tomava um banho rápido e saía novamente. Meu filho era muito alegre, todos gostavam dele. Seu objetivo era entrar na faculdade e terminar os estudos”, relatou a dona Maria.
Almir Rogério, que era padrasto do jovem Marcos Vinícius e tinha uma relação paterna com ele, destacou que o ato de manifestação tem a intenção de mostrar a revolta de todos que participaram da vida do estudante, de todos que buscam melhorias para que outra morte não ocorra.
“Essa manifestação aqui é uma espécie de demonstração de revolta, a revolta da família, principalmente a minha revolta, a revolta da minha esposa e pelo que fizeram com meu filho. Então, essa revolta aqui eu quero que ela se transforme em paz na frente e que traga melhorias para dentro do nosso bairro. O nosso bairro aqui não tem segurança, não tem colégio para estudar porque nossas crianças não podem sair para estudar em outro bairro porque estão arriscadas a morrer, entendeu? Então, que possam eles trazer melhorias para cá. Porque deveria ter em cada escola dessa, não custava nada. No horário de estudo, ter dois policiais em uma escola dessa para fazer a segurança e não tem. Não tem segurança nenhuma. Minha relação com ele e com todos os irmãos dele sempre foi saudável porque eles me respeitam e eu mantenho o respeito com eles também, então, eu sou o pai deles e moro com a mãe dele há muito tempo. Ela estava com mais de cinco anos nessa convivência”, disse ao GP1.
O líder comunitário Sousa Neto, do Residencial Árvores Verdes, afirmou que o ato tem a intenção de chamar a atenção das autoridades e reforçar a demanda de segurança que a comunidade busca, para que casos como a morte do jovem Marcos Vinícius não aconteçam mais.
“A gente está, mais uma vez, procurando chamar a atenção das autoridades justamente pela falta de segurança do colégio, no qual não temos para os nossos jovens. Estamos chamando para que eles venham enxergar que, aqui dentro do Residencial Árvores Verdes, existem jovens, existem pessoas que têm necessidades. Estamos cansados de sofrer. Só somos lembrados no período da política, durante a política, todos os políticos andam por aqui. Passou a política, somos esquecidos, infelizmente. E, como a gente sabe, a cada dia que passa, o crime está aumentando. Atingiu esse rapaz que realmente não tinha problema com nada, não tinha problema com ninguém. Ele só ia do colégio para casa, estudava, trabalhava, ajudava a mãe nos afazeres de casa. É por isso que toda a comunidade, todo o povo, se revoltou. Porque estamos cansados de ver pessoas de bom coração pagando por coisas com as quais não têm nada a ver”, disse o líder comunitário.
Assassinato dentro de escola
Marcos Vinícius da Costa Barros, 17 anos, foi executado com cerca de quatro disparos de arma de fogo dentro da Escola Antônio Tarciso na noite dessa segunda-feira (6), por volta das 21h30. Informações repassadas por colegas da vítima apontam que os acusados chegaram à escola no final do horário das aulas e efetuaram vários disparos contra Vinícius.
O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.
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