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Teresina - Piauí

DHPP conclui que médico Albert Medeiros não matou morador de rua

Com as investigações, o DHPP concluiu que os autores foram um fisioterapeuta e um segurança.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu que o médico ortopedista Albert Basílio Medeiros, não foi o autor do assassinato do morador de rua, Francisco Eudes dos Santos Silva, ocorrido em 24 de abril de 2022, no Centro de Teresina.

O médico chegou a ser preso, no dia 2 de agosto deste ano, acusado do crime de homicídio, mas foi solto ainda no mesmo dia. Contudo, o DHPP concluiu que Francisco Eudes foi morto pelo fisioterapeuta, Hitalo Vinícius Nogueira de Almeida, e o segurança Sandro de Lima Freitas. “Segundo o delegado Jorge Terceiro, foram feitos os reconhecimentos fotográficos pelas testemunhas, tanto do Hitalo, como do médico [Albert], e as testemunhas apontaram como sendo o autor o médico, além das características do carro. Diante dessa incerteza, o delegado representou pela prisão temporária do médico, que foi ouvido e o próprio juiz o liberou, ao entender que as informações prestadas foram suficientes. Ele foi colocado em liberdade, mas a investigação não parou", explicou delegado Barêtta, diretor do DHPP.


Foto: Reprodução/FacebookOrtopedista Albert Basílio Medeiros
Ortopedista Albert Basílio Medeiros

Hitalo e Sandro foram presos, nessa terça-feira (08), em cumprimento a mandado de prisão preventiva. Segundo as investigações, os disparos foram feitos por Sandro.

Entenda o caso

No dia 24 de abril do ano passado, Francisco Eudes dos Santos Silva foi encontrado morto na praça João Luís Ferreira, centro de Teresina. Conforme o IML, na época, a vítima era natural do município de Lagoa Alegre do Piauí e o corpo foi reconhecido por familiares.

Inicialmente, as investigações apontaram o médico Albert Basílio Medeiros como autor do assassinato como uma retaliação ao vidro do seu carro, que foi quebrado.

O médico e durante o seu depoimento na sede do DHPP negou qualquer participação no caso e a Justiça concedeu a liberdade ao ortopedista, a pedido da defesa.

Investigações continuaram

As investigações sobre o caso continuaram e o diretor do DHPP, delegado Francisco Costa, o Barêtta, determinou que a equipe apontasse os responsáveis pelo assassinato da vítima e apresentasse o resultado dos trabalhos, dirimindo qualquer dúvida sobre a autoria do crime. Com o avanço das diligências, os policiais chegaram a real autoria do crime, imputado a Hitalo Vinícius Nogueira de Almeida e Sandro de Lima Freitas.

“O delegado Jorge Terceiro foi buscar mais elementos para comprovar se o médico estava envolvido ou não e, se ele fosse isentado, apresentar quem realmente foi o autor. Com o avanço das investigações, os policiais chegaram ao fisioterapeuta e ao segurança, que é namorado da mãe do fisioterapeuta”, explicou o delegado Barêtta.

O que motivou o crime

As investigações do DHPP identificaram que o fisioterapeuta, que estava acompanhado da mãe e do namorado dela, deixou seu veículo, uma Land Rover, estacionada sob os cuidados do morador de rua, e se dirigiu para um estabelecimento no centro de Teresina no dia 24 de abril de 2022.

Ao retornar, eles perceberam que um dos vidros do carro tinha sido quebrado. A partir daí, o fisioterapeuta, a mãe e o segurança passaram a procurar o morador de rua, que foi localizado logo depois e agredido com chutes e dois disparos de arma de fogo, um na perna e outro na cabeça. “Eles saíram procurando pelo morador de rua, foram até uma parada de ônibus na Praça João Luis Ferreira, e ofereceram dinheiro a testemunhas para indicar onde ele estava. A mãe do fisioterapeuta permaneceu no carro e, inclusive, ela orientou que o filho e o namorado fossem embora do local, pois era perigoso. Eles deixaram o local, mas retornaram e nesse momento o fisioterapeuta já chegou chutando o morador de rua, que quis se levantar. Nesse momento, o segurança deu um tiro na perna da vítima e outro na cabeça”, explicou o delegado Barêtta à Coluna.

Com as prisões, o inquérito será relatado e encaminhado à Justiça. “Numa investigação criminal existe uma probabilidade e possibilidade e, preliminarmente, não existe um juízo de certeza. A Polícia Civil tem o dever legal de investigar e dirimir qualquer dúvida, não podendo ficar nenhuma incógnita. Em nenhum momento foi afirmado que o médico foi o autor do crime, tanto que teve uma prisão temporária, mas tínhamos a responsabilidade de afirmar com provas que foi ele ou dizer que não foi, mas mostrando o autor, ao contrário do outro investigado, que teve agora a prisão preventiva decretada, após o delegado Jorge Terceiro, que preside o inquérito policial, angariar para os autos indícios robustos, harmônicos e coerentes”, finalizou o delegado Barêtta.

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